sábado, 22 de dezembro de 2012

Timbres Clean em uma Fender Stratocaster !

Compartilho com vocês esse vídeo que me enviaram, em que o guitarrista alemão Matthias Waßer tira belos timbres clean de uma Fender Stratocaster 1963 plugada em um Fender Deluxe Reverb Reissue. Que som hein ?! Notem que ele usa um pedal de Loop (tipo o Boss RC-2 Loop Station) para gerar bases e solar em cima. Fora que o cara toca muito ! Abraços.


terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Como comprar uma guitarra pela internet (e os cuidados para não entrar numa fria) !

CENA 1 - Você entra em uma loja, olha aquela guitarra maravilhosa pendurada no expositor e pede ao vendedor para testá-la. Ele olha para você com aquela cara de falta de paciência e pergunta: "vai comprar ?".

CENA 2 - Você entra em uma daquelas galerias suspeitas do centro da cidade, sobe 4 andares de escada a pé, porque a escada rolante e o elevador estão quebrados, passa por vários elementos estranhos, punks, emos e outros da mesma fauna, por fim, entra em uma lojinha escura que vende instrumentos usados que parece que têm umas 3 ou 4 Fenders, completamente raladas... Quando seus olhos se acostumam com a escuridão, você vê um indivíduo com uma aparência indescritível atrás do balcão que nem se dá o trabalho de levantar os olhos para te olhar...

CENA 3 - Você passa pela loja e vê aquela guitarra que está procurando há semanas ! Sem esconder o sorriso de felicidade, entra na loja e pergunta o preço ao gordo que está no telefone. Ele nem olha para você e continua a falar por 10 minutos com o "Moreira"... Nessa altura, você já está morrendo de raiva com vontade de mandar o cara a m*&a e ir embora, mas como quer muito aquela guitarra, resolve ficar. Quando finalmente a ligação termina, o gordo se digna a te informar o preço do teu sonho: três vezes mais cara do que o preço que é vendida na Teodoro Sampaio...

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Não é piada. São situações que qualquer músico experiente já passou no Brasil, porque é assim que o consumidor costumava ser tratado quando queria comprar um instrumento ! Então, GRAÇAS A DEUS QUE AGORA EXISTEM LOJAS NA INTERNET ONDE PODEMOS COMPRAR NOSSOS INSTRUMENTOS !



Infelizmente, esse tipo de compra envolve um certo risco. O ideal é  comprar o instrumento depois de testá-lo com calma na loja, podendo escolher entre 2 ou 3 do mesmo modelo. Mas se até em algumas capitais o comércio de instrumentos é pouco desenvolvido, imaginem a situação de quem mora em cidades do interior !

Temos que aceitar no entanto que os custos de um lojista são maiores do que o de uma venda pela internet. É justo então que o preço na loja seja um pouco mais alto, digamos uns 10% ou mesmo uns  20%. Acima disso, começa a ficar interessante comprar pela internet.

Existem 3 tipos principais de compras pela internet:


  • Compra internacional, comprando um instrumento novo ou usado de uma loja ou do eBay;
  • Compra pela internet de um instrumento novo em uma loja que existe fisicamente mas também vende pela internet;
  • Compra de um instrumento novo em um site (não existe loja física);
  • Compra de um um instrumento novo ou usado através do Mercado Livre ou assemelhados.

Não vou falar de compras internacionais pois é uma coisa muito específica que envolve questões relativas a impostos e fretes. Não recomendo para iniciantes. Futuramente, podemos discutir o assunto.

Já se você compra de uma loja que existe fisicamente e também vende pela internet, recomendo o seguinte:
  • Verifique a reputação da loja em sites como o "Reclame Aqui";
  • Não faça a compra pelo site. Ao invés, ligue para a loja física e converse com o vendedor, se possível peça um desconto, em geral os vendedores têm margem sobre o preço do site. Todas as vezes que fiz isso, consegui !
  • Procure saber se o instrumento está em estoque na loja. Senão, procure saber o prazo de entrega do fornecedor;
  • Peça para o vendedor te mandar fotos reais da guitarra (em geral, a imagem que está no site é do catálogo do fabricante);
  • Atenção:Não compre em hipótese nenhuma se o instrumento estiver fora do Brasil e tiver que ser importado !
  • Procure saber o prazo de entrega correto e como vai ser entregue (correios, transportadora);
  • Documente toda a negociação através de troca de emails com o vendedor;
  • Procure saber se o produto (novo) será enviado com Nota fiscal. Se não for, não compre !
  • Pergunte antes de fechar negócio pela garantia e qual o procedimento em caso de problemas;
  • Quando pagar, se tiver que fazer o depósito em conta, faça apenas na conta bancária da loja ou de seus donos, não faça depósito em contas de terceiros. Isso é MUITO IMPORTANTE !
  • Confira o CNPJ da loja pelo site da Receita: Clique aqui.
  • Ao receber a entrega, abra a caixa antes e confira o conteúdo antes de assinar o recebimento.


Como comprar instrumentos em Sites


Agora, se você comprar de um site que não possui loja física, vende apenas pela internet, as recomendações são quase as mesmas acima, apenas a negociação terá que ser fechada pelo site. Mesmo assim, antes de fechar negócio tente ligar e conversar com alguém para esclarecer as questões levantadas. Nesse caso, é um pouco mais arriscado então recomendo, além do que disse acima, ainda o seguinte:

  • Procure saber há quanto tempo esse site opera, peça referências de outros clientes na sua cidade para quem eles venderam;
  • Mesmo sendo só o site, a empresa tem que existir, então peça e verifique o CNPJ no site da Receita.


Como comprar instrumentos no Mercado Livre


O Mercado Livre é o jogo bruto. Ali existe a possibilidade de fechar os melhores negócios mas também os riscos são muitíssimo maiores. Ainda assim, considero o advento do ML como uma benção paras os músicos, principalmente pela possibilidade de fechar ótimos negócios com instrumentos usados e pela possibilidade de trocas. Mas não recomendo para nenhum iniciante comprar instrumentos usados pela internet, é um risco que os iniciantes não têm experiência para avaliar.

Muito bem, e quais são os riscos de se comprar um instrumento pelo ML:

Diria que são os seguintes:

  • Não receber o instrumento;
  • Comprar um instrumento falsificado;
  • Comprar um instrumento roubado;
  • O instrumento vir com especificações diferentes ou algum defeito.
Então, para minimizar esses riscos vamos ter que entender como funciona aquilo lá. Existem alguns tutoriais como esse para aprender sobre o ML mas não cercam todas as questões. Eu recomendaria observar o seguinte:

  • Siga todas as regras já recomendadas anteriormente;
  • Desconfie dos preços muito baixos, não existe almoço grátis !
  • Procure saber com quem você está negociando, se é uma empresa ou uma pessoa física;
  • É fundamental ter o CPF (pessoa física) ou CNPJ (pessoa jurídica) de quem está negociando com você (você só poderá pedir após dar o lance);
  • Não dê o lance se TODAS as suas dúvidas não tiverem sido esclarecidas e você não tiver certeza de que quer fazer aquela compra;
  • Olhe com cuidado desde quando o vendedor é usuário do ML. Desconfie de vendedores novos;
  • Desconsidere aquela barrinha colorida de reputação do vendedor, pegadinha total aquilo. Ao invés, leia TODAS as qualificações positivas e negativas do vendedor. Analise quais foram os produtos que ele vendeu. Atenção para as qualificações negativas. Lembre que cada qualificação positiva corresponde a uma venda que aquele vendedor fez e que deu tudo certo !
  • Minha recomendação pessoal é que você não compre de quem tiver menos do que 100 qualificações positivas mas isso vai de cada um e do negócio oferecido;
  • Dê preferências as lojas, são menos arriscadas do que as pessoas físicas;
  • Se você é iniciante, não compre instrumentos usados !
  • Para pagar, USE O MERCADO PAGO, SEMPRE !
  • JAMAIS FAÇA DEPÓSITOS EM CONTAS DE TERCEIROS (já disse mas é tão importante que repito !);
  • Se o vendedor for da mesma cidade e aceitar que você pegue a mercadoria pessoalmente, marque o encontro em um local PÚBLICO !
  • Atenção para a questão da Nota fiscal, As Receitas de alguns estados estão apreendendo muitas mercadorias enviadas pelos correios !
  • Receber via sedex a cobrar não traz segurança a ninguém ! Você só pode abrir o pacote depois que paga, se tiver uma pedra lá dentro os correios não devolvem seu dinheiro !
  • Não feche negócio com vendedores que tentam burlar as regras do ML, pedindo que você "dê lance em palhetas" ou colocam contato no anúncio. Se cara já é safado com o ML, imagine com você...

Poderia ficar escrevendo mil outras regras mas o principal é o bom senso e calma na negociação, é melhor perder uma oportunidade do que entrar em uma fria !

Outra coisa, se você é iniciante, não compre guitarras "de marca" como Fender e Gibson no ML, infelizmente parte significativa desses instrumentos são FALSOS !

Depois da compra, prepare-se para esperar uns 15 dias, mesmo que o vendedor disser que chega antes. Coisa mais irritante é aquele moleque que compra uma guitarra e no dia seguinte já está reclamando nos fóruns, "poh, fui roubado !!". SE VOCÊ É TENSO, IMPACIENTE E PREOCUPADO, NÃO COMPRE PELA INTERNET !

Por último, se houver algum problema depois da compra, tente resolver primeiro com calma e educação com o vendedor. Não xingue, não ameace e não difame. Problemas acontecem em todas as áreas, isso não quer dizer que o cara é um safado. Não piore as coisas. A pior maneira de resolver uma situação é um processo judicial, então essa deveria ser a última hipótese ! Abraços é até a próxima !




quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Como fazer upgrades em Guitarras ! (Comprando uma guitarra Parte VI)

Olá ! Chegamos na última parte do nosso artigo sobre as coisas mais importantes a se considerar quando vamos comprar uma guitarra. Se você não leu as partes anteriores, pode acessá-las pelos links abaixo:

Parte I
Parte II
Parte III
Parte IV
Parte V

Nesse post, vamos analisar a questão dos famigerados "upgrades", que tanto mobilizam os fóruns de guitarra. De longe, esse é o assunto em que mais bobagens são faladas nessas comunidades, então vamos estudá-lo detalhadamente.

O que é fazer um upgrade na guitarra ?


Um "upgrade" seria a princípio trocar una ou mais peças de uma guitarra com o objetivo de melhorá-la em um ou mais aspectos, como o timbre, estabilidade da afinação e conforto de tocar. Nada mais do que isso.

Mas vejam só, nos anos 60 e 70, quase não havia esse conceito de "upgrade". Não se trocavam peças de uma guitarra, a não ser em caso de quebra e nesse caso, provavelmente seria colocada uma peça exatamente igual. Isso quer dizer que todos aqueles sons de guitarras maravilhosos gravados por Jimi Hendrix, Cream, Pink Floyd, Sabbath e outros foram gravados com guitarras "stock", ou seja, instrumentos que eram usados do jeito que saíram das fábricas. Quando muito, mandavam reenrolar os captadores ou mudavam alguma coisa na parte elétrica para conseguir um timbre mais pessoal mas a quase totalidade dessas gravações foram feitas com instrumentos 100% stock ! Quando pensamos nisso, chega a ser uma comédia o caso do moleque que ganha uma Fender Stratocaster USA do pai e antes mesmo de receber a guitarra (ou aprender a tocar...) já planeja trocar os captadores stock por Texas Specials para ter "o som do SRV" ! Mais para o final dos anos 70, a indústria de componentes paralelos, em especial os fabricantes de captadores, começou a ganhar força, explodindo na década de 80 com o seu metal que exigia alto ganho e muita compressão.

Hoje, o desenvolvimento da indústria de componentes paralelos chegou a um tal ponto onde se pode comprar de tudo: braços, corpos, ferragens, captadores, etc. Mas aí temos que fazer uma diferenciação, atenção nesse conceito: uma guitarra de braço parafusado (Stratocaster, Telecaster) é tão boa quanto a soma das suas partes. Já uma guitarra de braço colado (Les Paul, SG) é um todo. Entenderam ? Você pega uma Stratocaster e pode melhorá-la o tanto que quiser, já que possível ir trocando tudo, até que nada mais reste de uma guitarra original. Mas em uma guitarra de braço colado, isso não é possível (ou, pelo menos, não é tão fácil) então a qualidade de construção dessa guitarra é muito mais importante de ser levada em conta ao adquirirmos o instrumento. Entendido ?

Muito bem, agora que já sabemos o que é um "upgrade" de guitarra, precisamos "apenas" saber a resposta das seguintes perguntas:


  • Por que trocar ?
  • Quando trocar ?
  • O que trocar ?
  • E o principal...  QUANTO GASTAR ?!

Lendo o que se escreve sobre upgrades nos fóruns da internet e conversando com Luthiers posso afirmar com grande margem de segurança o seguinte:


"90% dos upgrades planejados nada mais são do que jogar dinheiro fora !"


A causa disso é que esses upgrades são planejados em cima de premissas erradas. Vamos ver alguns desses "brilhantes" raciocínios mais comuns que levam guitarristas iniciantes (e também alguns experientes !) a desperdiçar recursos:
  • "Stratocaster barata + peças de primeira = Fender !"
  • Quero o timbre do guitarrista "X" então tenho que usar os captadores "Y" !
  • "Estou sem grana agora, pego uma guitarrinha barata e vou melhorar ela aos poucos..."
  • "Minha guitarra tem as mesmas madeiras que uma Fender americana então vou investir nela !"
  • "Meu professor me falou que a Epiphone dele com caps Seymour Duncan é melhor que qualquer Gibson !"
E por aí vai ! Quem nunca leu coisas assim em fóruns ?! São idéias que até têm uma certa lógica por trás delas. O problema é que dificilmente se chega a um bom resultado em termos de custo x benefício.

Vamos ver um exemplo prático para facilitar esse entendimento. Vamos supor que eu comprei uma Strat SX SST57, uma ótima guitarra para iniciantes (leia minha review sobre essa linha aqui), mas quero melhorar essa guitarra até que ela fique em um nível de um "instrumento profissional". Ora, essa guitarra, do jeito que ela vem de fábrica atende perfeitamente as necessidades do iniciante, vc pode usá-la para as aulas, estudar em casa, ensaios com sua banda e até em pequenos shows. Em princípio, não tem necessidade de trocar nada. Mas ainda assim, eu quero "investir na guitarra", então levo em um Luthier, explico o que eu quero e ele me sugere trocar os captadores, ponte e tarraxas e me apresenta o seguinte orçamento das peças e serviços:
  • Jogo de captadores Fender Texas Specials: R$ 600
  • Ponte Wilkinson: R$ 200
  • Jogo de taraxas Gotoh: R$ 180
  • Nut de osso: R$ 30
  • Serviço de troca de peças e regulagem: R$ 200
Vejamos então, o orçamento contém preços justos, não está exagerado. Mas só a guitarra custou R$ 500,00. Se eu fizer o upgrade acima, vou gastar R$ 1.210,00, então o custo total desse instrumento seria de R$ 1.710,00. Ora, mas com essa grana eu consigo comprar guitarras de nível profissional como uma Squier Classic Vibe, Yamaha RGX A2 e outras. Fora as possibilidades do mercado de instrumentos usados. Então, embora a guitarra vá melhorar com esses upgrades, NÃO VALE A PENA !

Vamos ver agora um segundo exemplo. Vamos supor agora que eu comprei a mesma guitarra (SX SST57), usei ela durante um ano enquanto estive aprendendo, depois montei uma banda com amigos e comecei a fazer ensaios. Mas, a nosssa banda faz principalmente covers de heavy metal e o som da guitarra não tem "peso" suficiente. Levo a guitarra no Luthier que me recomenda colocar um captador GFS tipo rails, que tem ótima qualidade na ponte. Esse captador custa cerca de R$ 130 e o serviço completo ficará em R$ 210,00. Nesse caso, o upgrade não ficou caro e resolveu meu problema, posso ficar com essa guitarra mais um tempo até resolver trocá-la por uma melhor.

Analisando os dois exemplos acima, fica claro a questão do custo x benefício. Embora não existam regras rígidas para upgrades, recomendo atentar para a seguintes observações:
  • Se possível, compre uma guitarra que não precise de upgrades.
  • Não gaste em upgrades mais do que o valor da guitarra.
  • Quando trocar alguma peça, guarde as antigas, pois caso queira vender a guitarra no futuro é melhor vendê-la original e ficar com as peças do upgrade


Bom, agora que já estamos posicionados no assunto, vamos analisar os principais tipos de upgrades, aqui vou colocar minhas opiniões pessoais, não quer dizer que eu seja o dono da verdade, ok ?

Upgrades de Tarraxas


"Véi, minhas tarraxas não seguram a afinação, dou uma alavancada e tenho que afinar tudo de novo, vou manda botar um jogo de tarraxas com travas pra ficar de boa !"

Não segura a afinação porque vc não sabe colocar as cordas na guitarra !!! É isso mesmo ! Quase todos os casos onde alguém reclama que "as tarraxas não seguram a afinação", a culpa é que o guitarrista não sabem o modo correto de colocar as cordas. Aliás, as chamadas tarraxas "com trava" nada mais fazem do que "anular" o efeito das cordas mal colocadas.

Vamos aprender a maneira correta então ?!



Hoje, mesmo as guitarras mais baratas costumam vir com tarraxas seladas (também conhecidas como tarraxas blindadas). Nesse caso, Não existe necessidade de trocas, as desafinações devem ser causadas por cordas mal colocadas. No entanto, às vezes nos deparamos com instrumentos equipados por tarraxas vintage de péssima qualidade. Apenas nesse caso, talvez valha a pena pensar em troca. De qualquer maneira, sugiro observar o seguinte com relação ao upgrade tarraxas:

  • Evite comprar guitarras equipadas com tarraxas vintage, prefira as seladas.
  • Se tiver que trocar as tarraxas, substitua por outras da mesma família porém de boa qualidade, ou seja, substitua tarraxas vintage por outras também vintage. Mesma coisa para as seladas.

Upgrades de Ponte


Não recomendo fazer o upgrade de ponte. É um serviço que fica muito caro e exige um Luthier competente para conseguir bons resultados. Se a ponte da sua guitarra não é boa (e a maioria que equipa as guitarras baratas realmente não são) é melhor travar a ponte e não usá-la, no futuro vc compra uma guitarra melhor.

Se ainda assim quiser fazê-lo, sugiro observar o seguinte:

  • Não compre guitarras baratas com ponte Floyd Rose (já expliquei o por que aqui).
  • Se substituir uma ponte, substitua por da mesma família. Quer dizer, se for trocar uma ponte vintage, coloque outra também vintage, mesma coisa para as pivotadas e tipo Floyd Rose.
  • Verifique com o Luthier se o serviço pode deixar marcas ou mesmo exigir a repintura di instrumento. Isso é frequente quando vc troca um tipo de ponte por outro, contrariando a minha recomendação anterior. Por exemplo veja o que acontece se substituir uma ponte vintage por uma pivotada Wilkinson VS 100, as marcas dos parafusos originais da vintage ficam visíveis e muitos feias, veja:

Buracos visíveis pela troca de ponte


Upgrades de Captadores


Aqui, temos que estudar um pouco mais. Em geral, as guitarras mais baratas vêm equipadas com captadores do tipo cerâmico. Isso não quer dizer necessariamente que são ruins ou que precisem ser trocados. Infelizmente, existem guitarras que vêm com captadores tão ruins que acaba sendo mesmo necessário substituí-los. Esse problema é mais visível com captadores do tipo single. E a grande maioria das guitarras na faixa abaixo de R$ 400,00 costumam vir equipadas com esse tipo de captador.

E como vamos saber se um single cerâmico é bom ou ruim ? Em princípio pelo som, ruídos, etc. Em todos os casos, se pudermos abrir o escudo da guitarra e  pudermos ver os captadores por trás, a sua construção também é um indicador de qualidade. Veja a foto abaixo:

Tipos mais comuns de singles cerâmicos

A foto acima mostra os 3 tipos de single coils cerâmicos que costumamos encontrar. Da esquerda para a direita, o primeiro mostra um captador cerâmico de baixa qualidade, esse é o pior de todos. Note que ele tem apenas uma barra de imã retangular e os pólos não são vistos por trás. Já o segundo mostra os singles cerâmicos que costumam equipar as Fenders mexicanas e algumas japonesas. Esse é melhor dos três. Note que o os pólos ficam aparentes e existem duas barras de imãs em volta dos pólos. A terceira foto mostra um single que equipa as Strats SX, esse tem uma qualidade intermediária mas não podemos afirmar isso só pela sua construção, pois não vemos com é por dentro.

Então, caso a sua strat venha com esse tipo de cap cerâmico de má qualidade, pode valer a pena trocá-los. Nesse caso, recomendo vc colocar um set em alnico (singles que são feitos com imãs na liga alnico, abreviatura de alumínio - niquel - cobalto, eque equipam as Fender USA e outras strats de melhor qualidade). Existem fabricantes nacionais (Malagoli, Cabrera, Stellfner e outros) e também marcas importadas de ótimo custo / benefício (GFS, Kent Armstrong, Golden Age, Artec e outros). Recomendo vc observar a regra de não gastar mais do que o valor da guitarra nesse upgrade. 

Conselhos adicionais para o upgrade de captadores:
  • Se vc metal e tem uma strat com singles, pode ter um bom resultado com um cap tipo "rails" na ponte;
  • Atenção, os caps cerâmicos costumam ter uma saída (volume) maior do que os em alnico, então cuidado, pois vc pode fazer o upgrade e ter uma decepção;
  • Se sua guitarra tem singles cerâmicos de boa qualidade, só faça o upgrade para um set em alnico se souber bem o que quer e se tiver um amplificador de ótima qualidade, preferencialmente um valvulado;
  • Captadores são peças muito caras então só compre se tiver certeza do que vai receber, ou seja, não compre captadores cujo som vc não conheça.

Upgrades não recomendados !


Sugiro que você não faça jamais os seguintes upgrades, são "micos" terrríveis, hehe !
  • Roller Nut: poucos Luthiers sabem instalar, roletes enferrujam e outros problemas.
  • Trocar trastes: Poucos Luthiers fazem esse trabalho bem feito, se não gosta dos seus trastes melhor vender a guitarra e comprar outra;
  • Pintura: recomendo não mexer na pintura do instrumento, vou fazer um post sobre isso;
  • Circuitos eletrônicos complicados, etc;
  • Escalopar o braço. (ok, não é upgrade mas é mico !)
  • Nenhum tipo de mudança que não seja reversível !


Conclusão


Terminamos então essa série com dicas a serem observadas quando se compra uma guitarra. Aprendemos sobre madeiras, braços e analisamos algumas questões importantes relacionadas com os upgrades. É muita informação ! Mas com isso, encerramos as séries de posts, digamos, mais didáticos. Daqui para a frente, vamos postar coisas mais pontuais e focalizadas em questões mais práticas. No próximo post, vou falar sobre cuidados que se deve observar quando se compra uma guitarra pela internet, até lá e abraços !





quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

domingo, 2 de dezembro de 2012

O braço da guitarra ! (Comprando uma guitarra Parte V)

Olha "nóis" aqui de novo ! Nesse post, vamos dar continuidade a série de postagens sobre as coisas mais importantes a se considerar quando vamos comprar uma guitarra. Se você não leu as partes anteriores, pode aces-las pelos links abaixo:

Parte I
Parte II
Parte III
Parte IV

Também recomendo que você dê uma olhada no nosso Tutorial sobre partes de uma guitarra elétrica, caso tenha alguma dúvida sobre o assunto.


Na última parte dos artigo, vimos a questão da importância da madeira do corpo da guitarra. Chegou a hora de discutirmos o aspecto mais importante de um instrumento de cordas, o braço !

O braço é o quesito mais importante da guitarra por vários motivos, dentre os quais os seguintes:

  • A afinação das notas depende do braço ter as medidas corretas e ter os trastes colocados nos lugares exatos;
  • As madeiras utilizadas na confecção do braço são mais determinantes na sonoridade final do instrumento do que as madeiras usadas do corpo;
  • Um braço confortável é o item mais importante para um músico, tem influência direta na execução e na técnica do guitarrista e facilita muito a fase do aprendizado;
  • Problemas com o braço são os mais difíceis de resolver, então o ideal é evitar comprar uma guitarra que tenha esses problemas.
Vamos então estudar e compreender essa parte tão importante do nosso instrumento. De cara, vou avisando que o braço da guitarra é uma coisa muito mais complexa do que imaginamos quando somos iniciantes. Isso porque, além dos aspectos de construção, temos as variáveis relativas aos ajustes e regulagens do braço. Não pense no braço como um pedaço de madeira, melhor imaginá-lo como uma coisa VIVA !

Na verdade o braço da guitarra é um sistema mecânico, onde as seguintes partes trabalham em conjunto:
  • A madeira;
  • As cordas;
  • O tensor;
  • Os trastes.
Se não entendermos como esse sistema mecânico funciona, jamais vamos compreender corretamente o funcionamento da guitarra. Existe um profissional capacitado para efetuar os ajustes e regulagens necessárias no braço do instrumento, que é o Luthier (vou escrever em breve um post sobre a importância de se levar a guitarra para ser regulada). Ele pode deixar a nossa guitarra perfeitamente regulada mas é importante que o músico saiba como as coisas funcionam, até mesmo para poder relatar os problemas ao Luthier. Dos elementos acima, o que deve ser mais misterioso para o inciante é o TENSOR, então vale a pena dar uma explicação sobre ele, embora vamos voltar a este assunto no futuro.

Como funciona o tensor do braço da guitarra

A madeira é um material flexível, que se verga quando tensionado. A melhor imagem para isso é o arco utilizado para flexas, veja:


Na guitarra, acontece exatamente a mesma coisa, a madeira do braço tende a se curvar pela tensão das cordas, formando uma concavidade, evidentemente menos pronunciada do que a do arco acima, mas ainda assim perceptível visualmente, principalmente quando olhamos o braço a partir da ponte da guitarra, como na foto abaixo:

Observando a curvatura do braço

Muito bem, mas não interessa uma guitarra com o braço extremamente côncavo. As cordas ficariam extremamente "altas" em relação a escala e a execução seria muito desconfortável. A grande maioria dos guitarristas prefere que o braço da guitarra fique quase reto, apenas com uma ligeira concavidade (o quanto é essa "ligeira concavidade" é um gosto pessoal que varia de músico para músico !). 

Para que a curvatura do braço da guitarra possa ser ajustada no grau correto, se faz necessário que exista um segundo elemento que promova uma força mecânica "puxando" o braço no sentido contrário ao que as cordas puxam, ou seja, uma força agindo na direção que tornaria a curvatura do braço "convexa". Esse elemento é o tensor, que é uma barra de metal existente no interior do braço e que possui uma rosca de ajuste para regular a força que exerce. Veja:

Tensor do braço

Na maioria das guitarras, essa rosca (ajustável através de uma chave sextavada) se encontra no headstock. Em algumas guitarras de braço parafusado que seguem o padrão "vintage" das primeiras stratocasters e telecasters, esse ajuste é feito no final da escala e exige a retirada do braço para o ajuste, o que é uma desvantagem. Veja essa imagem (original do excelente blog de Alan Ratcliffe: http://ratcliffe.co.za) do ajuste do tensor de uma strat (acesso pelo headstock) com uma chave sextavada:

Ajuste do tensor


E como se ajusta o tensor ? O iniciante NÃO DEVE TENTAR AJUSTAR O TENSOR ! Isso porque se o ajuste for feito da maneira errada, pode quebrar o tensor ou mesmo arruinar o braço. O Luthier é o profissional capacitado para fazer ajuste. Após alguns anos de experiência, o guitarrista pode aprender a mexer no tensor, existem muitos tutoriais e vídeos ensinando isso mas por ora, não é recomendável de jeito nenhum tentar fazer isso ! O importante nesse momento é entender como o tensor funciona e para que serve !

Agora que já sabemos o que é o tensor, se formos comprar uma guitarra elétrica, um baixo ou um violão de cordas de aço, podemos exigir que esse instrumento... tenha um tensor ! Sim, pois por incrível que pareça existem (hoje felizmente muito poucos) instrumentos fabricados sem tensor. Embora muitos violões com corda de nylon não tenham tensor (não precisam, já que a tensão das cordas é menor), o tensor é obrigatório em instrumentos que usam cordas de aço, como exceção de alguns instrumentos que utilizam materiais especiais, como braços feitos de grafite, mas esses são muito raros. Guitarra com cordas de aço sem tensor é uma coisa imprestável que nem de graça deveríamos querer !

Braço colado ou braço parafusado ?


Quando estudamos os modelos Stratocaster e Les Paul nos posts anteriores, vimos que existem guitarras com o braço colado e com braço parafusado. São propostas de construção diferentes, não quer dizer que uma é melhor do que a outra, de uma maneira geral, o braço colado favorece o "sustain" das notas, já o braço parafusado é associado à sonoridade "estalada" dos modelos Stratocaster e Telecaster. No entanto, devemos atentar que a construção com braço parafusado é menos sujeita a problemas do que os braços colados. Isso porque primeiramente, quando o braço é parafusado pode ser facilmente removido para reparos e ajustes, ou, na pior das hipóteses, pode ser substituído por um braço de reposição. Já  o braço colado não pode ser removido sem danificar a pintura e o acabamento da guitarra, o que torna os reparos mais caros e dificultosos. Isso não quer dizer que você tenha que comprar uma guitarra com braço parafusado mas, se for escolher um modelo com braço colado, como as Les Pauls ou SGs, tome cuidado redobrado para evitar comprar uma guitarra com problemas no braço.

O que olhar no braço da guitarra na hora da compra ?


É muito difícil para o iniciante avaliar se o braço da guitarra tem algum problema na hora da compra. Em primeiro lugar, ele não tem a experiência necessária para identificar problemas. Depois, é quase 100% de certeza que a guitarra que está na loja está completamente desregulada. Como é que é ??!! Sim, é isso mesmo ! Os instrumentos saem de fábrica apenas com uma regulagem superficial, ou nem isso e também as lojas não se preocupam com esse aspecto. Por isso, é importante levar a guitarra para um Luthier regulá-la assim que comprar ! Como a guitarra estará desregulada, fica difícil fazer uma avaliação correta do braço. No entanto, alguns problemas podem ser identificados:

  • Braço feito com madeira verde: muito comum, mas muito comum em guitarras fabricadas no Brasil, em especial as que têm o braço feito com pau-marfim. Isso não quer dizer que toda guitarra com braço de pau-marfim tenha esse problema, a madeira quando corretamente seca não encolhe mas recomendo muita atenção se você for comprar um modelo assim. Como se identifica ? Não é difícil: quando o braço é feito de madeira verde, após um tempo (possivelmente a guitarra ainda nem foi vendida) a madeira "encolhe". E quando encolhe, os trastes "sobram", já que como são de metal, mantém seu comprimento, já a madeira "encolhe" e o braço fica mais estreito. Quando isso acontece, a ponta dos trastes "sobra", ou seja a ponta dos trastes si para fora do braço. Então, basta passar os dedos ao longo das laterais do braço, conforme indicado na figura abaixo. Se sentir a ponta dos trastes "espetando" (ou mesmo machucando !) seus dedos, não compre jamais essa guitarra, possivelmente o braço foi feito com madeira verde e encolheu !!!
Passando a mão ao longo do braço 

  • Braço torcido, braço empenado, etc: aqui, vamos precisar discutir questões semânticas primeiro, rs... Quando estudamos a atuação do tensor há pouco, vimos que o braço apresenta um grau de "concavidade". Essa concavidade é chamada por alguns músicos e Luthiers como "empenamento" do braço. Não gosto desse termo, pois "empenamento" tem um sentido de "problema" e a concavidade do braço é perfeitamente normal, desde que consigamos regulá-la para o nível ideal através do tensor. Então, quando pegamos uma guitarra na loja (que está desregulada, lembre-se), é normal observarmos (quando posicionamos a guitarra frente aos olhos como na primeira foto desses artigo) uma certa concavidade do braço. No entanto, mesmo observando a concavidade da escala, os trastes devem estar paralelos. Do contrário, o braço pode ter sofrido uma "torção", nesse caso, a atuação do tensor não consegue corrigir o defeito e esse braço dificilmente poderá ser recuperado pelo Luthier (talvez até possa mas não vale a pena). Veja a figura abaixo representando (exageradamente !) um braço torcido. Se notar algo assim, não compre de jeito nenhum !
Braço torcido


  • Mas voltando ainda na questão da concavidade ("braço empenado"), também se notar que a concavidade do braço está exagerada, não compre a guitarra, pois corre o risco do ajuste pelo tensor não ser suficiente. E como saber se a concavidade está exagerada ? É uma coisa difícil para os iniciantes, recomendo tentar o seguinte:
  1. Afine a guitarra com um afinador eletrônico ou peça o vendedor para fazê-lo
  2. Toque corda a corda em todas as casas e observe se tem trastejamento em alguma casa
  3. Pegue uma palheta tipo dunlop jazz III (quem 1,38 mm de espessura). Coloque a guitarra em posição de tocar e ponha palheta entre o 5o traste e a 6a corda (a mais grossa). em uma guitarra bem regulada a palheta deveria ficar "presa". Já se o mesmo teste for feito na 9o traste, a palheta deveria "cair" por entre as cordas. 
Poderia falar várias outras coisas sobre os trastes, nut, etc, mas seria muita informação para um post só ! Futuramente, voltaremos a este assunto. No próximo post, a questão dos famosos "upgrades", até lá e abraços !



quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Algumas medidas de uma Fender Americana (American Standard)

Olá ! Me perguntaram sobre quais são as medidas de uma Fender americana. Bem, existem várias "Fenders americanas" !.. Sabendo o modelo, não é difícil encontrar as medidas na internet, o difícil às vezes é entender a que se refere a medida. Vou colocar algumas fotos com medidas tiradas de uma Fender American Standard, já que esse modelo é o mais conhecido das Fenders fabricadas nos EUA. Essa das fotos é de 1995, completamente original. Notem que eu estou usando um paquímetro barato de plástico (tenho um digital, mas foi "emprestado e não devolvido", rs). Mas para essa aplicação o de plástico serve, já que é somente para uma referência. É uma coisa barata e bem útil, recomendo comprar um. Então vamos lá (clique na foto para ampliar):

Volta do Headstock

Nut

Entre as cordas

Largura do braço no Neck Pocket

Espessura do braço no fim da escala

Espessura do corpo no "chifre"

Espessura do corpo no final

Ponte: corda a corda

Ponte: carrinho a carrinho

Ponte: pivô a pivô (externo)

Ponte (largura da chapa)


segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Escolhendo uma Guitarra - Madeiras ! (Comprando uma guitarra Parte IV)

Olá ! Se você não acompanhou as partes anteriores desse artigo, os links estão logo aqui:

Parte I
Parte II
Parte III

Também recomendo que você dê uma olhada no nosso Tutorial sobre partes de uma guitarra elétrica, caso tenha alguma dúvida sobre o assunto.

Na última parte, falamos sobre que seria mais importante na escolha de qual guitarra comprar. Isso, partindo do princípio que você já escolheu o modelo. Se ainda tiver em dúvida sobre qual modelo comprar, dê uma estudada no nosso Tutorial: escolhendo meu modelo de guitarra.

Mas você já sabe então qual modelo quer. Nas partes anteriores dos artigos, vimos por que um iniciante não deveria comprar uma guitarra cara ou profissional mas sim uma boa guitarra para a fase de aprendizado, ensaios e pequenos shows. Vimos também uma divisão de "categorias" de guitarras e suas faixas de preço, então nesse ponto, você já sabe mais ou menos o que espera gastar.

Mesmo assim, quando entrar em uma loja (ou escolher pela internet), provavelmente você terá umas quatro ou cinco opções diferentes dentro da faixa de preço que escolheu. Nesse caso, muitas variáveis podem influenciar na escolha, ficaria bem complicado esgotar o assunto, então, listo três coisas que seriam mais importantes:

  • Corpo feito com madeira de verdade e não com compensado e aglomerados.
  • Braço extremamente bem feito e confortável
  • Uma guitarra que não precise de upgrades (troca de peças), pelo menos em um primeiro momento

Vamos então analisar esses pontos nesse e nos próximos posts,, começando pela questão da madeira:

Madeira do corpo: já discutimos os conceitos básicos de madeiramento de guitarras no Tutorial sobre partes de uma guitarra elétrica. Mas em um instrumento para iniciantes, mais barato, não temos como ser muito exigentes quanto a qualidade da madeira. O mais importante é comprar uma guitarra com o corpo realmente feito de madeira "sólida", pois existem instrumentos feitos de compensado e aglomerado. Existem MUITA desinformação sobre essa questão, então vamos saber o que são esses materiais:
  • Compensado: são lâminas finas de madeira coladas, gerando o um material com a aparência de um biscoito "waffle". Em geral, é utilizada madeira de baixa qualidade. Existe muita confusão porque quando um corpo de guitarra é usinado, a ferramenta (tupia) que escava as cavidades o faz em "camadas" e deixa marcas. Aí a garotada compra a guitarra, tira o escudo e raspa a tinta embaixo para ver se comprou gato por lebre, encontra as marcas da ferramenta e pensa que é compensado, e aí já vai para os fóruns difamar o fabricante "buaaáá´, comprei  a marca "X" e descobri que é de compensado !". Hehe, não deixa de ser engraçado, aliás, os iniciantes se preocupam muito mais com madeiras do que os guitarristas profissionais ! Outro mito é que a guitarra de compensado é "leve demais" ou "pesada demais"... Na verdade, não dá para dizer pelo peso se a guitarra é ou não de compensado, já que isso depende de qual madeira foi usada nas lâminas, umidade, etc. E se querem saber, também não dá para dizer pelo som, se a guitarra é de compensado ou não ! Pode ser que algum louco como o Eric Johnson consiga, mas nós mortais não ! E eu já vi guitarras de compensado com o som bem legal !.. Mesmo assim, vamos evitá-las, certo ? Como ? Pesquisando a descrição do produto no lojista ou fabricante, muito provavelmente vamos encontrar a descrição como "laminated", "laminated alder", "laminated mahogany", etc. (obs: o guitarrista Quito, grande conhecedor de strats, me informa que a palavra "plywood" é sinônimo de compensado !). Visualmente, se a guitarra estiver pintada de cor sólida não tem como saber. Se o acabamento for transparente (tipo "sunburst"), só poderíamos saber se olhássemos o "lado" do corpo e não o topo. Mas os fabricantes não são bobos, se usam compensado a guitarra fatalmente será pintada de cor sólida... De qualquer maneira, como expliquei no tutorial, hoje, é mais raro encontrar guitarras com o corpo de compensado, já que quase toda a produção mundial de madeira é comprada pela China, madeira ali, não falta, rs !...
Compensado


Corpo de Strat feito de compensado
  • Aglomerado (Composite, MDF): aqui, o caso é bem pior do que o do compensado. É um material totalmente inadequado para construção de guitarras. Trata-se de sobras de madeira, serragem, pó e madeira triturada que é misturado com cola e resina e depois, prensado entre duas chapas finas de madeira formando uma espécie de "sanduíche". Muito usado em móveis de baixa qualidade. Além da prejudicar a propagação das ondas sonoras e a ressonância, esse material ainda faz com que os parafusos fiquem" bambos", perdendo a rosca. O material é pesadíssimo (há uns anos atrás, a porta de um armário embutido de MDF se soltou e caiu sobre minha filhinha, quase causando uma tragédia). Felizmente, hoje é mais raro encontrar guitarras feito de MDF mas, se encontrar alguma, fuja, vejam que nojo !
MDF


A quem interessa, segue um vídeo público mostrando como o MDF é fabricado:



Muito bem, para completar esse post, falta apenas esclarecer o termo "hardwood", que muita confusão causa.

O que significa Hardwood ?


A tradução mais aceitável seria "madeira sólida" ou "madeira dura". Mas qual ? Aí é que está. Quando colocar "hardwood" nas especificações, o fabricante apenas afirma que a guitarra é feita de madeira verdadeira (e não de compensado ou MDF), MAS NÃO SE COMPROMETE A DIZER QUAL MADEIRA É ! Por quê? Porque assim, ele pode mudar as especificações quando bem entender e usar a madeira que consegue comprar mais em conta na hora de fabricar o lote. Assim, comprando uma guitarra de "hardwood" pode vir qualquer madeira, desde madeiras "boas", como alder ou ash, até madeiras que não são apropriadas para guitarras, mas, pelo menos, sabemos que não é compensado nem MDF. Em geral, apenas guitarras de baixo custo (abaixo de R$ 300,00) vêm com essas especificações.

Conclusões

  • É importante escolher uma guitarra com corpo feito de madeira de verdade, preferencialmente madeiras adequadas para a construção de guitarras como alder, ash, mogno, basswood, nato, agathis, etc (para saber mais, veja o nosso Tutorial). Uma das boas maneiras de se certificar é comprar uma guitarra de acabamento translúcido ou semitransparente (como o sunburst), pois aí, você conseguirá enxergar a madeira. Não se preocupe se o corpo for feito de mais de um pedaço de madeira colado, até as Fenders americanas são feitas assim, desde que a colagem não fique esteticamente feia, está ok, não prejudicará o som da guitarra.
  • Não compre guitarras de compensado ou MDF, atenção para as palavras "laminated", "plywood", "composite" nas especificações.

No próximo post, vamos analisar a questão do braço da guitarra, até lá e abraços !

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Raio X ! Review SX SST62 / Shelter - A história completa !

Amigos, vou fazer uma interrupção temporária nos posts, digamos, "didáticos" para publicar uma review atendendo a um pedido que, espero, sirva para esclarecer uma série de informações incorretas e outras bobagens que circulam sobre essa guitarra nos fóruns da internet !

Ah, a SX SST62, a queridinha os fóruns  a "rainha dos upgrades", a incrível guitarra com "as mesmas madeiras da Fender", aquela mesma que com pequenas melhorias poderia soar "como uma Fender americana"...

Brincadeiras à parte, vamos tentar investigar o que tem de verdade e de mito sobre essa guitarra !

Creio que por volta de 2003,  strateiros experientes entravam nas lojas e ficavam intrigados com uma guitarra de uma marca que ninguém conhecia. Nessa época, quase todas guitarras baratas vendidas no Brasil não passavam de tosqueiras, feitas com corpo de compensado e sérios defeitos de projeto e fabricação. Acabamento então, melhor nem comentar... Mas essa guitarra que tinha escrito "Shelter Traditional Series" no seu headstock apresentava um bom padrão de acabamento e madeiras bonitas. E melhor, quando plugada, realmente se ouvia aquele belo som de stratocaster que (quase) todos gostam !

Que guitarra era essa ?

A empresa Habro, um dos grandes importadores e distribuidores de instrumentos musicais no mercado brasileiro, "descobriu" uma fábrica asiática (parece que na Indonésia), que já teria inclusive "produzido para a Fender". Evidentemente, se tem alguma verdade nisso só poderia ter produzido para linha Squier, já que Fender mesmo não era fabricada na ásia por essa época (hoje sim, com a linha chinesa "Modern Player", excelentes guitarras por sinal). Mas o fato é que a Harbro trouxe lotes dessas guitarras e mandou colocar no headstock a marca "Shelter", uma grife criada pela própria Harbro para comercializar instrumentos importados.

Shelter FST62


Os primeiros lotes que chegaram aqui tinham a inscrição "Shelter Traditional Series Custom Hand Made" no headstock e o modelo era denominado "FST62" (assim mesmo com "F" !)

Tenho ainda uma dessas, vejam a foto do headstock (as ferragens douradas não são originais):

Headstock Shelter FST62 Traditional Series

O nome "FST62" era uma alusão à Fender Stratocaster 1962, de quem as FST62s seriam "cópias". Na verdade não podem ser consideradas "cópias" no sentido estrito da palavra, e sim apenas um instrumento, digamos, "inspirado" na Strat 62. Se você quiser uma cópia de verdade da Fender Strat 62 vai ter que comprar alguma reedição da própria Fender ou encomendar a algum Luthier que saiba bem o que está fazendo.

Vejam uma foto de uma reedição americana da Fender 62, para começar, notem que a cavidade do tensor está escondida no final do braço e não no headstock:

Fender American Vintage 62 Stratocaster






Muito bem, mas apesar de não ser uma cópia fiel, a FST62 tinha muitas coisas boas. vamos ver:

Acabamento: A pintura era muito bem feita, cheguei a ver nas cores preta, vinho, creme e amarelo. O acabamento era em poliuretano (PU), como a maioria das Strats modernas (mas se fosse mesmo uma cópia da Fender 62 deveria ser em nitrocelulose !) assim como o verniz do braço. Algumas vinham com acabamento Sunburst 3T, muito bem feito. Cheguei a ter uma dessas, que era linda, me arrependi de ter vendido. Fotos dessa guitarra circularam em fóruns mas garanto que foi minha, (quem me vendeu foi o vendedor George.Del, bem conhecido no ML), vejam (trastes, alavanca e plásticos não originais) !

Sheter SFT62 Sunburst 3T

Plásticos: O escudo mint green e os plásticos eram de boa qualidade e bem bonitos. 

Parte elétrica: a parte elétrica em si não se destacava, com potenciômetros e switch genéricos mas os captadores eram caps cerâmicos de qualidade bastante aceitável, capazes de entregar um bom som de stratocaster. Vou escrever muitos posts sobre "upgrade" futuramente, claro que a guitarra ganha com um bom set de singles em alnico, principalmente se vc tiver um amp valvulado mas acho uma bobagem pegar uma guitarra dessas já pensando em trocar os caps, já que com os caps originais dá para encarar numa boa a fase de aprendizado, ensaios ou mesmo shows. 90% dos upgrades que a gente lê em fóruns é apenas jogar dinheiro fora...

Mas os captadores originais não eram ruins, inclusive sua construção era cuidadosa, vejam a foto deles:

 
Captadores originais SX SST62


Notem que os pinos dos pólos têm o corte reto, inclusive se confundem com os bons caps em alnico. Interessante também a boa qualidade da fiação e o detalhe da chapa de metal na parte traseira.

Madeiras: e, finalmente, a pergunta que não quer calar: "eram as mesmas madeiras da Fender ?!" Bem, vamos analisar. Nas especificações do fabricante dizia: corpo: Alder; braço: Maple e escala: rosewood. São madeiras muito associadas às Fenders. Nesse ponto, temos que dizer duas coisas. Primeiramente, Leo Fender não era um Luthier e sim um extraordinário homem de indústria que teve a visão de produzir instrumentos de qualidade para músicos profissionais com um preço acessível. Alder e Maple são madeiras do hemisfério norte (sim, não crescem no Brasil !) que são utilizadas comumente em construção de móveis e casas, não são madeiras "nobres", Rosewood é uma madeira da família do nosso jacarandá que cresce em diversas regiões do mundo. Tais madeiras estariam disponíveis para as indústrias asiáticas ? Sim, porque como expliquei no post Guitarra boa, bonita e barata !, praticamente quase toda indústria moveleira mundial se transferiu para a China/Asia, a reboque disso, quase toda a produção mundial de madeira também foi direcionada para esses países e a indústria de instrumentos musicais tirou proveito disso. * * * Edit out/2015 * * * no site da Harbro, a descrição da madeira do corpo das SST62/57 passou a vir como "basswood" ao invés de "alder", no entanto, no site internacional (SX Spain) a descrição continua como alder, voltarei ao assunto em breve !

Resta então a questão de verificarmos se madeiras são as mesmas em natureza e qualidade.

Com relação ao Rosewood, não tenho dúvidas, inclusive vi várias com peças bem bonitas na escala. Aqui vai uma observação interessante. A espessura da peça de rosewood da escala das SX era bem maior do que as que costumam vir na Fenders. Vejam uma foto comparando a minha Fender American Standard com a FST62: 

FST62 a esquerda, Fender Ams à direita

Notem que a escala da FST62 é mais grossa do que a da Fender. Atribuo a isso o som um pouco mais grave das SX.

Com relação ao Maple do braço também não tenho dúvidas, inclusive cheguei a ver algumas com figuração tigrada (tiger maple). Os braços das guitarras que eu tive, examinei ou regulei me pareceram  estáveis e de muito boa qualidade. 

A dúvida fica com relação ao corpo de Alder, isso porque na maioria das guitarras a pintura encobre a madeira, impossibilitando a identificação e mesmo as de acabamento semitransparente tal identificação não é fácil. Por outro lado, vamos ver mais a frente alguns modelos SX com corpo em Ash, essa sim uma madeira facilmente identificável. Como verificamos que as SX em Ash eram realmente feitas com essa madeira, não vejo porque não aceitar que o Alder das SX seja, de fato, Alder. As em acabamento semitransparente que eu examinei me pareceram realmente Alder, o peso é bem compatível com o que se espera do Alder. No entanto, um Luthier da minha cidade me disse que têm dúvidas quanto a isso, fica registrado então. No excelente Blog do Paulo May, um guitarrista e Luthier que entende muito de construção de guitarras também constam observações sobre o Alder que ele encontrou nas SX e os das Fenders Americanas, quem quiser informações mais detalhadas o link e o seguinte:


Nesse ponto, podemos responder a questão se as madeiras são as "mesmas das Fenders". Sim, ressalvado o que foi dito acima, são. Mas seriam da mesma qualidade ? Bem, fica difícil afirmar isso porque até entre Fenders da mesma linha existem diferenças significativas no madeiramento. Talvez a Fender tenha um processo de secagem dessas madeiras mais maturado, já que muitas indústrias usam estufas para secagem rápida das madeiras mas não vejo razões sólidas para afirmar que as madeiras das SX sejam piores, ou muito piores, como queiram, então tá valendo !

Os corpos eram feitos em dois ou trés pedaços, como acontece até nas Fenders americanas mas a FST62 da foto acima tinha o corpo em peça única (dá para ver pela foto) !

Construção: o braço de 21 trastes era bem feito, embora não possa ser comparável ao de uma Fender de qualidade, os trastes colaboram muito nesse sentido. O corpo também era cuidadosamente usinado.

Tarraxas: A guitarra tem tarraxas no estilo vintage de qualidade bem ruim, esse é um dos pontos fracos dela. No entanto, ainda acho que não vale a pena trocá-las, a maior parte das queixas de desafinação são causadas por cordas mal colocadas ou pela ponte, que vamos ver a seguir.

Ponte: a guitarra vem equipada com ponte modelo vintage (6 parafusos), de péssima qualidade. Aparentemente, as pontes eram usinadas pelo próprio fabricante pois não obedeciam exatamente ao padrão e as medidas das peças de reposição Fender. Isso é péssimo, porque dificulta em muito a substituição. Durante muito tempo eu pensei ser inviável substituir essa ponte mas um guitarrista experiente mostrou que era possível sim substituir por uma Wilkinson (que segue o padrão Fender), apenas colocando primeiro os dois parafusos do centro e depois colocando os restantes forçando um pouco a entrada dos parafusos. Mas qual é o problema com essa ponte ? Carrinhos de péssima qualidade, o usinamento da chapa da base é mal feito, a própria chapa é muito fina e o "fulcrum", aquela peça de metal que fica dentro da cavidade de madeira tinha pouca massa, prejudicando a entonação. Minha recomendação para quem comprar uma guitarra assim é não utilizar a alavanca, imobilizando a ponte através da colocação de todas as 5 molas esticadas ao máximo, ou então fazer um bloco de madeira para imobilizar a ponte.

Trastes: trastes vintage, bem finos, de qualidade média, isso diminui  a versatilidade da guitarra. O trabalho de colocação de trastes era até razoável mas ainda assim exige levar a guitarra a um Luthier para um nivelamento fino dos trastes (farei um post sobre isso no futuro)


Ok, examinadas as características básicas da guitarra vamos ver agora os diversos modelos que se seguiram.


SX SST62

Depois de um tempo, parece que a tal fábrica da Indonésia cresceu e passou a vender instrumentos para outros clientes em todo o mundo. Hoje, existe um site muito bem estruturado com os proutos da marca:



mas o fato é que as guitarras distribuídas pela Harbro passaram a vir com um headstock diferente, dessa vez com a inscrição SX, ao invés de Shelter, e a guitarra passou a se chamar "SST62" no lugar de "FST62", vejam (observem também, que as tarraxas não são originais nessa foto):

SX SST62



Apesar da mudança nos nome, o instrumento era exatamente o mesmo da Shelter FST62, inclusive na qualidade (e nos defeitos !).

Após uns anos, para a tristeza de muitos, a Fender começou a pegar pesado aqui no Brasil com aqueles que copiavam seus modelos, exigindo sob ameaça de processos que se fizessem mudanças no formato do headstock. Com isso, muitos fabricantes mudaram o design de seus braços, colocando o famoso (e feioso !) "bico de papagaio", e a Harbro também efetuou tal mudança, passando os modelos a vir com o seguinte headstock:


SX SST 62 - Headstock "Bico de Papagaio"

Temos que reconhecer que chegaram a um design bem sóbrio, sem aqueles "bicos" exagerados ! Mais uma vez, apesar da mudança cosmética, o instrumento era exatamente o mesmo da Shelter FST62 !



SX SST LT2


Pois bem, com o sucesso da SST62, turbinado pela reviews miraculosas que pululavam nos fóruns da internet, a Harbro lançou um outro modelo, SX SST LT2, aparentemente com a intenção de oferecer um instrumento que dispensasse qualquer upgrade, mais voltado para os músicos profissionais. Como novidade, trazia o corpo em ash, ferragens douradas, captadores em alnico, escala clara, tarraxas seladas, escudo "pearloid" e ainda vinha acompanhada de um belo case de alto padrão. Estranhamente, o encaixe do braço era a 3 parafusos, como nas Fenders 70's. A ponte era a semelhante às da SST62. Foi uma das maiores pechinchas do mercado, já que era vendida por cerca de 800 e poucos reais ! Não sei por que, essa linha durou pouco...

SX SST LTD






SX SST ASH


Pouco depois, apareceu uma outra linha denominada "SX SST ASH". Comparada com a SST62, vinha com um copo em Ash ao invés de Alder, porém, com a diferença de que o corpo vinha sem acabamento, parecia que a madeira era apenas encerada. Isso é péssimo, pois expõe o corpo a danos e batidas, já a pintura e o PU protegem muito a madeira. Para piorar, os corpos eram feitos de 3 ou mais pedaços de Ash colados sem nenhum critério, o que fica muito feio nessa madeira tão figurada. Como vantagem, vinha com tarraxas seladas, ao invés de "vintage".





SX SST57


Desde o lançamento da SST62, muitos reclamavam da falta de uma opção de braço com escala clara. Foi lançado então a SX SST57, que oferecia essa ótima opção de braço inteiriço em maple. A guitarra ainda era a mesma, com exceção do braço e do escudo, que nesse modelo era branco ao invés de "mint green":

SX SST757




SX ALDER

Em 2009, o lançamento de a nova linha SX Alder, trouxe de novo a discussão se o Alder das  SX era o mesmo das Fenders, já que essa linha anunciava como atrativo o uso do "Alder americano". Também vinham com tarraxas seladas. Estranhamente, pela primeira vez vi que o corpo da guitarra não tinha a espessura padrão das Fenders  (4,5cm), sendo um pouco mais fino. Apesar disso, toquei em uma Strat e um baixo dessa linha e achei eles bem legais.

SST Alder



CONCLUSÃO


Pelo visto, a saga das SX ainda está bem longe de acabar, hehe ! Não falei aqui de modelos de menor importância para a compreensão da linha das SX, como a SX SST SKY, que lembra o modelo Fender signature do SRV e até uma coisa chamada SST62 3/4, que é construída em uma escala menor. O que temos que ressaltar aqui é que o mercado de guitarras mudou desde o aparecimento das SX, hoje, temos também opções de qualidade para instrumentos baratos em outros fabricantes. Ainda assim, considero ainda essa linha imbatível na faixa de preços abaixo dos R$ 500,00, uma excelente opção para quem está começando na guitarra e até mesmo para guitarristas experientes !

Quanto a famosa "equação" SX + boas peças = Fender, será que é verdadeira ? Bem, prometo responder quando fizer o post sobre upgrades, hehe! 

Espero que gostem desses post, pretendo mandar reviews iguais a essa sobre outros modelos e fabricantes. Se alguém quiser mandar idéias, correções e críticas sobre esse post, sinta-se a vontade !

Abraços e até a próxima, fiquem com um vídeo mostrando o belo som da SST62 (não sou eu tocando, é um gringo) !





Clique aqui para ver algumas medidas do braço da SX SST62

Clique aqui para ver um upgrade em uma SX FST62