Se você já decidiu que quer ser um guitarrista e tem dúvidas sobre qual guitarra deve comprar, quer pesquisar o preço de guitarras, saber se guitarras baratas têm qualidade e também dúvidas sobre os outros equipamentos e acessórios de que vai precisar, então você veio ao lugar certo !
quarta-feira, 24 de dezembro de 2014
quinta-feira, 18 de dezembro de 2014
Body and Soul - Ricardo Silveira Organ Trio
Como Ricardo Silveira dispensa apresentações, só me resta comentar nessa maravilhosa gravação a performance da Vanessa Rodrigues, muita sensitividade e comando absurdo do B3, seguramente está entre os tops do instrumento na atualidade, fantástico esse vídeo
quarta-feira, 26 de novembro de 2014
Grandes lojas entrando forte na venda de instrumentos musicais !
Olá !
Está aí uma novidade que pode mexer com o mercado de instrumento musicais brasileiro, as grandes lojas estão entrando forte no mercado de instrumentos musicais, em especial no e-commerce. Até então, algumas lojas como o Submarino já ofereciam instrumentos, porém, era evidente que os preços eram irrealistas e o catálogo de produtos bastante restrito. No entanto, de alguns meses para cá, comecei a receber ofertas de grandes sites de e-commerce com preços e produtos realmente interessantes.
Não é de hoje que nós, músicos, temos reclamações dos comerciantes tradicionais de guitarras. Reconheço que é um ramo complicado, instrumentos musicais são mercadorias que possuem um custo alto e giro baixo, exigindo a imobilização considerável de capital para a manutenção de estoques.
Sendo ainda a maior parte dos produtos importada, estamos sujeitos ao impacto da variação do dólar, aliás, um impacto um tanto estranho, pois quando o dólar sobe os instrumentos sobem de preço no mesmo dia, no entanto, quando o dólar cai o preço continua o mesmo...
Uns culpam o governo pelos altos impostos, outros culpam os distribuidores dos produtos no Brasil, mas o fato é que continuamos a pagar muito caro pelos nossos instrumentos...
Então, vejo como saudável a entrada de grandes players no mercado, afinal, o consumidor sempre ganha quando a concorrência aumenta, não é mesmo ?
Um sinal disso foi a entrada da loja Ricardo Eletro, que passou inclusive a vender no Mercado Livre, através de um e-shop:
Sei que muita gente tem medo de compras "on-line" (aliás, com razão...), em especial no ML, então, a entrada de grandes empresas nesse mercado oferece uma opção mais segura para quem deseja comprar através da internet com mais segurança.
Então vamos dar uma "passeada" em algumas dessas lojas e ver o que estão oferecendo ?
Ah, outra coisa importante, como os sites comparadores de preços monitoram os estoques dessas grandes lojas, podemos usar sites como o Buscapé e outros para descobrir onde um modelo está sendo vendido mais barato !
É isso, abraços a todos !
Mad
quarta-feira, 19 de novembro de 2014
sexta-feira, 7 de novembro de 2014
Análise de estilo: Greg Lake !
Pode parecer estranho falar de um músico que ficou famoso como cantor de voz puríssima e exímio baixista em um blog de guitarra mas o Mestre Greg Lake tem muito a ensinar ao guitarrista iniciante, em especial pela sonoridade única que consegue tirar do violão de cordas de aço, através de técnicas bastante pessoais.
Nascido em 1947, esse ícone do rock progressivo inglês começou a ser notado no álbum 'In Court of the Crimson King', da lendária banda King Crimson. Conta a lenda que Greg e Robert Fripp (falaremos nele no futuro !) eram amigos e tiveram o mesmo professor de guitarra, daí o convite para entrar na banda e também muitas técnicas de guitarra em comum, em especial a forma de palhetar os acordes.
Mas foi com o Emerson, Lake & Palmer que Greg escreveu seu nome na história do Rock progressivo, um incrível trio de músicos que soava como uma orquestra sinfônica completa, com composições extremamente sofisticadas que evocavam compositores clássicos de vanguarda, como Bela Bartok, Stravinsky e Prokofieff.
Mas o que o guitarrista iniciante tem a aprender com Greg lake ? Em primeiro lugar, o cuidado com a sonoridade acústica. Greg Lake sempre se refere a si mesmo como um 'guitarrista rockeiro da velha guarda', segundo ele, era um discípulo de Hank Marvin, 'com strat vermelha e tudo mais', mas, mesmo sendo integrante do trio mais eletrificado de toda a história do Rock, definiu a sonoridade acústica do Rock com suas composições maravilhosas.
Vamos analisar aqui a interpretação de Greg da sua maravilhosa composição 'The Sage', incluída originalmente no álbum 'Pictures at an Exhibition'. Vejam o vídeo, é uma composição com forte influência do violão clássico. Notem como Greg consegue tirar um som inconfundível do violão Gibson, soa quase como um cravo, percebam como ele palheta os acordes, 'sweepando' para baixo e alternando a palhetada para cima. Sem essa técnica, você não consegue tirar essa sonoridade cristalina do violão de cordas de aço. Outra coisa que merece atenção é a técnica de 'hybrid picking' de Greg, tocando ao mesmo tempo com a palheta e com os dedos, vejam que incrível, olhem que música linda !
Outro vídeo que mostra, além das técnicas citadas acima, o uso de afinações alternativas no violão é a maravilhosa 'Still.. You Turn Me On'. Notem como a linha vocal é perfeitamente harmonizada pelo arranjo de violão:
Mas mesmo sendo um mestre da sonoridade acústica, Greg também arrasava na guitarra elétrica quando era preciso ! Vejam essa incrível performance do ELP em 'Karn Evil 9', com um grande solo do Greg (Paul Gilbert gravou um cover desse solo !) e o deus da bateria, Carl Palmer, quebrando tudo !
Greg Lake continua em atividade até hoje, infelizmente a sua voz puríssima ficou comprometida com os anos, talvez um pouco pela obesidade, porém, quando está mais enxuto, Greg ainda consegue cantar maravilhosamente, como nessa apresentação de sua linda composição 'I Believe In Father Christmas', tocada em uma igreja no natal de 2011 e ainda com a participação de outra lenda do Rock progressivo, o eterno Ian Anderson na flauta, imagino o que deve ter sido para os presentes a emoção de escutar essa voz lendária ressoando em toda a sua pureza na catedral, esse é um dos melhores vídeos do youtube !
É isso, não existe maior prazer do que falar dos nossos heróis, abraços a todos !
Nascido em 1947, esse ícone do rock progressivo inglês começou a ser notado no álbum 'In Court of the Crimson King', da lendária banda King Crimson. Conta a lenda que Greg e Robert Fripp (falaremos nele no futuro !) eram amigos e tiveram o mesmo professor de guitarra, daí o convite para entrar na banda e também muitas técnicas de guitarra em comum, em especial a forma de palhetar os acordes.
Mas foi com o Emerson, Lake & Palmer que Greg escreveu seu nome na história do Rock progressivo, um incrível trio de músicos que soava como uma orquestra sinfônica completa, com composições extremamente sofisticadas que evocavam compositores clássicos de vanguarda, como Bela Bartok, Stravinsky e Prokofieff.
Mas o que o guitarrista iniciante tem a aprender com Greg lake ? Em primeiro lugar, o cuidado com a sonoridade acústica. Greg Lake sempre se refere a si mesmo como um 'guitarrista rockeiro da velha guarda', segundo ele, era um discípulo de Hank Marvin, 'com strat vermelha e tudo mais', mas, mesmo sendo integrante do trio mais eletrificado de toda a história do Rock, definiu a sonoridade acústica do Rock com suas composições maravilhosas.
Vamos analisar aqui a interpretação de Greg da sua maravilhosa composição 'The Sage', incluída originalmente no álbum 'Pictures at an Exhibition'. Vejam o vídeo, é uma composição com forte influência do violão clássico. Notem como Greg consegue tirar um som inconfundível do violão Gibson, soa quase como um cravo, percebam como ele palheta os acordes, 'sweepando' para baixo e alternando a palhetada para cima. Sem essa técnica, você não consegue tirar essa sonoridade cristalina do violão de cordas de aço. Outra coisa que merece atenção é a técnica de 'hybrid picking' de Greg, tocando ao mesmo tempo com a palheta e com os dedos, vejam que incrível, olhem que música linda !
Outro vídeo que mostra, além das técnicas citadas acima, o uso de afinações alternativas no violão é a maravilhosa 'Still.. You Turn Me On'. Notem como a linha vocal é perfeitamente harmonizada pelo arranjo de violão:
Mas mesmo sendo um mestre da sonoridade acústica, Greg também arrasava na guitarra elétrica quando era preciso ! Vejam essa incrível performance do ELP em 'Karn Evil 9', com um grande solo do Greg (Paul Gilbert gravou um cover desse solo !) e o deus da bateria, Carl Palmer, quebrando tudo !
Greg Lake continua em atividade até hoje, infelizmente a sua voz puríssima ficou comprometida com os anos, talvez um pouco pela obesidade, porém, quando está mais enxuto, Greg ainda consegue cantar maravilhosamente, como nessa apresentação de sua linda composição 'I Believe In Father Christmas', tocada em uma igreja no natal de 2011 e ainda com a participação de outra lenda do Rock progressivo, o eterno Ian Anderson na flauta, imagino o que deve ter sido para os presentes a emoção de escutar essa voz lendária ressoando em toda a sua pureza na catedral, esse é um dos melhores vídeos do youtube !
É isso, não existe maior prazer do que falar dos nossos heróis, abraços a todos !
sábado, 25 de outubro de 2014
Morre Jack Bruce
Imensa tristeza, um artista maravilhoso, um gênio do baixo com uma voz fantástica (meu, que voz !) que marcou gerações, infelizmente os grandes da era de ouro do Rock já estão muito velhos, e pior, os novos que chegam não têm um décimo do talento, será o fim do Rock ?
http://g1.globo.com/musica/noticia/2014/10/jack-bruce-ex-baixista-do-cream-morre-aos-71-anos.html
Vamos relembrar o incrível concerto de reunião do Cream em 2006 com a formação original, Clapton, Jack Bruce e o sobrenatural Ginger Baker, simplesmente uma apresentação impecável onde os veteranos mostram toda a técnica e a energia original da banda !
Outro grande trabalho de Jack Bruce foi o fenomenal West, Bruce & Laing, que rendeu três incríveis álbuns, dentre eles o maravilhoso album ao vivo Live'n Kickin, como eu amei esse disco !
Missão cumprida Jack, descanse em paz, herói !
sábado, 18 de outubro de 2014
quinta-feira, 25 de setembro de 2014
Mais um Guitar Wiring inédito !
Hi newbies !
Segue mais um guitar wiring radical usando o superswitch apresentado no post anterior. Dessa vez, valos alocar a posição 4 do Superswitch para ligar os captadores do braço e da ponte em paralelo, para conseguir o famoso timbre característico da Telecaster com a chave na posição do meio. A configuração ficaria então:
1 - Captador do braço (sem alterações);
2 - Captador do braço em paralelo com o captador do meio (sem alterações);
3 - Captador do meio (sem alterações)
5 - Captador do braço em paralelo com o captador da ponte(som de Telecaster !);
5 - Captador do meio em SERIE com o captador da ponte (simulando humbucker na ponte).
Segue mais um guitar wiring radical usando o superswitch apresentado no post anterior. Dessa vez, valos alocar a posição 4 do Superswitch para ligar os captadores do braço e da ponte em paralelo, para conseguir o famoso timbre característico da Telecaster com a chave na posição do meio. A configuração ficaria então:
1 - Captador do braço (sem alterações);
2 - Captador do braço em paralelo com o captador do meio (sem alterações);
3 - Captador do meio (sem alterações)
5 - Captador do braço em paralelo com o captador da ponte(som de Telecaster !);
5 - Captador do meio em SERIE com o captador da ponte (simulando humbucker na ponte).
Clique para ampliar |
Destaco que penso que esses dois wirings (esse e o anterior) são inéditos, hehe, pelo menos eu nunca vi estas configurações postadas em outro site, mas vai saber !...
É isso !Tio Mad mata a cobra e mostra o pau, é nóis !
Abraços a todos !
terça-feira, 23 de setembro de 2014
Conseguindo o som de um humbucker com os singles ! Guitar Wiring radical e inédito!
Olá !!!
Bom, de início tenho que dizer que este não é um post para iniciantes, vamos tratar de um assunto mais avançado que são as alterações possíveis na parte elétrica da guitarra.
Pensei muito antes de fazer esse post, será que eu deveria colocar assuntos mais complexos em um blog para iniciantes ? A questão é que já estamos esgotando os assuntos básicos, essa é a verdade, não quero que esse seja um blog "morto", senão o máximo que eu faria daqui para a frente seria ficar atualizando os posts... De mais a mais, muitos dos leitores que começaram aqui há dois anos atrás (nosso blog completou ontem dois anos de existência!) já estão prontos para coisas mais sofisticadas, certo ?
Então vamos lá ! A parte elétrica da guitarra pode sofrer inúmeras modificações. Isso é conhecido como "guitar wiring". Vale a pena fazer ? Por que fazer ?
Bem, fazemos isso quando queremos uma sonoridade específica que não é possível de atingir com a configuração que temos na nossa guitarra. A questão é que existem dezenas de possibilidades, algumas interessantes, outras nem tanto.
O que eu acho é que esse assunto vai interessar somente para aqueles guitarristas que gostam de ficar "fuçando" as coisas (meu caso !).
Para compreender o assunto, vamos considerar o wiring (fiação) padrão de uma stratocaster. Ela vem com uma chave de 5 posições. Se a configuração dessa strat é a mais comum, SSS (3 singles), a chave (switch) vai nos dar as seguintes posições:
1 - Captador do braço;
2 - Captador do braço em paralelo com o captador do meio;
3 - Captador do meio;
4 - Captador do meio em paralelo com o captador da ponte;
5 - Captador da ponte.
Temos então 5 sons a nossa disposição com a combinação desses 3 singles. Particularmente, eu uso quase somente as posições 1 e 2, às vezes a 3 e as outras duas quase nunca. É uma questão de gosto pessoal. No entanto, alguns guitarristas gostam de algumas combinações diferentes. Por exemplo, alguns gostam da opção que permite ligar o captador do braço a qualquer momento junto com as outras combinações. Isso permite que você consiga ligar o captador do braço e o da ponte juntos, coisa que é impossível no wiring padrão, conseguindo um som próximo ao das telecasters.
Existe um site que é uma ótima compilação dos wirings alternativos, sugiro esse site a que se interesse em estudar o assunto:
http://www.guitarnuts.com/wiring/menu.php
No entanto cuidado, mexer na parte elétrica não é fácil e pode danificar sua guitarra, recomendo apenas se você possui bons conhecimentos de eletrônica e as ferramentas necessárias ! Senão, melhor consultar um Luthier ou pedir a ajuda de um amigo que conheça muito bem essa parte, ok ?
Feita essa introdução, vamos ao nosso caso. Muitos guitarristas preferem uma stratocaster na configuração SSH, ou seja, um single no braço, outro no meio e um humbucker na ponte. Isso permite que a guitarra seja usada para tocar um rock mais pesado, já que o captador humbucker tem um som mais poderoso. Ocorre que para fazer essa modificação, você tem que comprar um humbucker, trocar o escudo, pode até mesmo ter que aumentar a cavidade para o captador da ponte no corpo da sua strat, o que pode não ficar barato. Do ponto de vista estético, eu também prefiro o visual clássico de strat SSS.
Seria possível conseguir o som de um humbucker com os captadores single ?
Sim. Porque um humbucker nada mais é do que dois singles ligados EM SÉRIE. Então, se você conseguir ligar dois singles de uma strat em série, você consegue um som bem próximo de um humbucker, não exatamente igual mas próximo, e o melhor, bem usável !
O desafio é como fazer isso !
Quero uma strat que permita simular o som de um humbucker na ponte e outro no braço, e, ainda, que tenha o som tradicional das strats nas poisções 1, 2 e 3. Vamos conseguir isso se chegarmos a um wiring que permita a ligação dos singles em série. Minha proposta é a seguinte:
1 - Captador do braço (sem alterações);
2 - Captador do braço em paralelo com o captador do meio (sem alterações);
3 - Captador do meio (sem alterações)
4 - Captador do braço em SÉRIE com o captador da meio (simulando humbucker no braço);
5 - Captador do meio em SERIE com o captador da ponte (simulando humbucker na ponte).
Caramba, que wiring enfezado, teremos uma strat nas posições 1, 2 e 3 e uma Les Paul nas posições 4 e 5 ?!
Bem, também não é tanto assim, mas o resultado ficará muito interessante !
Para fazer isso, vamos precisar de uma chave especial conhecida como Superswitch. Ela tem 4 seções de 1 pólo x 5 posições, vejam:
Essa switch não é barata, custa em torno de 12 dólares em sites como o Eyguitar. mas permite fazer quase todas as configurações possíveis.
Mas tem um problema. Bolar a "programação" dessa switch pode ser quase tão complicado quanto resolver um cubo de rubik !
Para resolver essa situação, criei um programa de computador, na verdade uma planilha excel onde você passa a configuração de captadores desejada e ela monta as conexões que devem ser feitas na superswitch ! Há uns anos atrás, divulguei essa planilha na extinta comunidade "Luthier Brasil (aberto)" no Orkut. O problema é que planilha contém macros e alguns levantaram a suspeita que pudesse ser um golpe para roubar senhas, coisa assim. A verdade é que esse alerta é muito válido, ninguém deve executar uma planilha com macros de quem não conhece, por isso não vou divulgá-la aqui. Imaginem se alguém tiver um problema, mesmo por outro motivo e culpar minha planilha...
Mas aqui está a tela da planilha indicando as conexões para a configuração acima:
Não vou ficar explicando como fazer a fiação, esse post não objetiva o "do it yourself", o diagrama acima deveria ser suficiente para quem entende saber o que deve ser feito, é coisa para quem sabe eletrônica.
Devo dizer que é fio para tudo quanto é lado, hehe, olhem só como ficou após a fiação estar terminada:
Como os entendidos devem ter percebido no escudo acima, o tone do meio foi desativado e um circuito Fender TBX foi usado como master tone, ou seja, atua em todas as 5 posições da chave, isso resolve em parte o problema do valor do potenciômetro diferente (recomendado 250k para singles e 500k para os humbuckers) que os singles e humbuckers exigem.
E o resultado ? Bem, ficou muito bacana ! Nada adianta eu gravar alguma coisa aqui em casa, no meu próximo ensaio vou tentar fazer um vídeo soltando o som da bichinha nas 5 posições !
Quem diria que essa strat, com esse visual tão tradicional, tem uma "surpresinha" radical no seu som, a galera vai ficar intrigada !
Bom, de início tenho que dizer que este não é um post para iniciantes, vamos tratar de um assunto mais avançado que são as alterações possíveis na parte elétrica da guitarra.
Pensei muito antes de fazer esse post, será que eu deveria colocar assuntos mais complexos em um blog para iniciantes ? A questão é que já estamos esgotando os assuntos básicos, essa é a verdade, não quero que esse seja um blog "morto", senão o máximo que eu faria daqui para a frente seria ficar atualizando os posts... De mais a mais, muitos dos leitores que começaram aqui há dois anos atrás (nosso blog completou ontem dois anos de existência!) já estão prontos para coisas mais sofisticadas, certo ?
Então vamos lá ! A parte elétrica da guitarra pode sofrer inúmeras modificações. Isso é conhecido como "guitar wiring". Vale a pena fazer ? Por que fazer ?
Bem, fazemos isso quando queremos uma sonoridade específica que não é possível de atingir com a configuração que temos na nossa guitarra. A questão é que existem dezenas de possibilidades, algumas interessantes, outras nem tanto.
O que eu acho é que esse assunto vai interessar somente para aqueles guitarristas que gostam de ficar "fuçando" as coisas (meu caso !).
Para compreender o assunto, vamos considerar o wiring (fiação) padrão de uma stratocaster. Ela vem com uma chave de 5 posições. Se a configuração dessa strat é a mais comum, SSS (3 singles), a chave (switch) vai nos dar as seguintes posições:
1 - Captador do braço;
2 - Captador do braço em paralelo com o captador do meio;
3 - Captador do meio;
4 - Captador do meio em paralelo com o captador da ponte;
5 - Captador da ponte.
Temos então 5 sons a nossa disposição com a combinação desses 3 singles. Particularmente, eu uso quase somente as posições 1 e 2, às vezes a 3 e as outras duas quase nunca. É uma questão de gosto pessoal. No entanto, alguns guitarristas gostam de algumas combinações diferentes. Por exemplo, alguns gostam da opção que permite ligar o captador do braço a qualquer momento junto com as outras combinações. Isso permite que você consiga ligar o captador do braço e o da ponte juntos, coisa que é impossível no wiring padrão, conseguindo um som próximo ao das telecasters.
Existe um site que é uma ótima compilação dos wirings alternativos, sugiro esse site a que se interesse em estudar o assunto:
http://www.guitarnuts.com/wiring/menu.php
No entanto cuidado, mexer na parte elétrica não é fácil e pode danificar sua guitarra, recomendo apenas se você possui bons conhecimentos de eletrônica e as ferramentas necessárias ! Senão, melhor consultar um Luthier ou pedir a ajuda de um amigo que conheça muito bem essa parte, ok ?
Feita essa introdução, vamos ao nosso caso. Muitos guitarristas preferem uma stratocaster na configuração SSH, ou seja, um single no braço, outro no meio e um humbucker na ponte. Isso permite que a guitarra seja usada para tocar um rock mais pesado, já que o captador humbucker tem um som mais poderoso. Ocorre que para fazer essa modificação, você tem que comprar um humbucker, trocar o escudo, pode até mesmo ter que aumentar a cavidade para o captador da ponte no corpo da sua strat, o que pode não ficar barato. Do ponto de vista estético, eu também prefiro o visual clássico de strat SSS.
Seria possível conseguir o som de um humbucker com os captadores single ?
Sim. Porque um humbucker nada mais é do que dois singles ligados EM SÉRIE. Então, se você conseguir ligar dois singles de uma strat em série, você consegue um som bem próximo de um humbucker, não exatamente igual mas próximo, e o melhor, bem usável !
O desafio é como fazer isso !
Quero uma strat que permita simular o som de um humbucker na ponte e outro no braço, e, ainda, que tenha o som tradicional das strats nas poisções 1, 2 e 3. Vamos conseguir isso se chegarmos a um wiring que permita a ligação dos singles em série. Minha proposta é a seguinte:
1 - Captador do braço (sem alterações);
2 - Captador do braço em paralelo com o captador do meio (sem alterações);
3 - Captador do meio (sem alterações)
4 - Captador do braço em SÉRIE com o captador da meio (simulando humbucker no braço);
5 - Captador do meio em SERIE com o captador da ponte (simulando humbucker na ponte).
Caramba, que wiring enfezado, teremos uma strat nas posições 1, 2 e 3 e uma Les Paul nas posições 4 e 5 ?!
Bem, também não é tanto assim, mas o resultado ficará muito interessante !
Para fazer isso, vamos precisar de uma chave especial conhecida como Superswitch. Ela tem 4 seções de 1 pólo x 5 posições, vejam:
Superswitch
Essa switch não é barata, custa em torno de 12 dólares em sites como o Eyguitar. mas permite fazer quase todas as configurações possíveis.
Mas tem um problema. Bolar a "programação" dessa switch pode ser quase tão complicado quanto resolver um cubo de rubik !
Para resolver essa situação, criei um programa de computador, na verdade uma planilha excel onde você passa a configuração de captadores desejada e ela monta as conexões que devem ser feitas na superswitch ! Há uns anos atrás, divulguei essa planilha na extinta comunidade "Luthier Brasil (aberto)" no Orkut. O problema é que planilha contém macros e alguns levantaram a suspeita que pudesse ser um golpe para roubar senhas, coisa assim. A verdade é que esse alerta é muito válido, ninguém deve executar uma planilha com macros de quem não conhece, por isso não vou divulgá-la aqui. Imaginem se alguém tiver um problema, mesmo por outro motivo e culpar minha planilha...
Mas aqui está a tela da planilha indicando as conexões para a configuração acima:
Não vou ficar explicando como fazer a fiação, esse post não objetiva o "do it yourself", o diagrama acima deveria ser suficiente para quem entende saber o que deve ser feito, é coisa para quem sabe eletrônica.
Devo dizer que é fio para tudo quanto é lado, hehe, olhem só como ficou após a fiação estar terminada:
Como os entendidos devem ter percebido no escudo acima, o tone do meio foi desativado e um circuito Fender TBX foi usado como master tone, ou seja, atua em todas as 5 posições da chave, isso resolve em parte o problema do valor do potenciômetro diferente (recomendado 250k para singles e 500k para os humbuckers) que os singles e humbuckers exigem.
E o resultado ? Bem, ficou muito bacana ! Nada adianta eu gravar alguma coisa aqui em casa, no meu próximo ensaio vou tentar fazer um vídeo soltando o som da bichinha nas 5 posições !
Quem diria que essa strat, com esse visual tão tradicional, tem uma "surpresinha" radical no seu som, a galera vai ficar intrigada !
É isso, quanta informação hein ?! Abraço a todos !
sexta-feira, 22 de agosto de 2014
Atualização do post "10 guitarras com ótimo custo/benefício para iniciantes" !
Pessoal, atualizei um dos posts mais populares do Blog, a lista das guitarras com ótimo custo/benefício para iniciantes testadas pelo Blog, na verdade foram feitas apenas três mudanças mesmo após um ano e meio do post ter sido escrito, olhem lá e confiram quem entrou e quem saiu e porque ! Abraços a todos !
10 guitarras com ótimo custo/benefício para iniciantes !
10 guitarras com ótimo custo/benefício para iniciantes !
domingo, 3 de agosto de 2014
Qual afinador comprar ? Usando o Smartphone como afinador de guitarra !
Olá, futuras lendas da guitarra !
Quando não existiam os afinadores eletrônicos, uma das coisas mais complicadas para um iniciante era afinar o seu instrumento. Felizmente, esses tempos ficaram para trás, nem vale a pena ficar relembrando como se fazia ! Hoje, temos afinadores sendo vendidos em todas faixas de preços, a grande maioria funciona muito bem,dentro da sua proposta. Mas... Qual comprar ?!
Para simplificar nossa análise vamos dividir os afinadores em duas categorias, os afinadores profissionais, que são utilizados para afinar a guitarra no palco e em regulagens do instrumento e os afinadores "de estudo", vamos chamar assim aqueles que são utilizados apenas para afinar o instrumento em casa ou, talvez, em algum ensaio.
Claro que se você já tiver uma pedaleira não precisa se preocupar com afinadores, ela já deve ter um afinador incluso que poderá ser utilizado tanto em casa como em shows.
Muito bem, vamos deixar para falar dos afinadores profissionais em uma outra hora e vamos abordar aqui os afinadores de estudo. Nessa categoria, encontramos os seguintes produtos:
Os afinadores tipo "clip" são os mais encontrados na atualidade, são práticos, muito baratos e costumam funcionar bem. O problema com esse tipo de afinador é que não funciona muito bem quando existe barulho de outros instrumentos, o que dificulta o seu uso no palco, por exemplo, se você estiver em um ensaio e precisar afinar, pode ser que você tenha que pedir aos seus colegas de banda que façam um pouco de silêncio para que você afine a guitarra, isso aí em um show é meio complicado !.. O que não quer dizer que não possam ser usados para esse fim, vejo muitos músicos profissionais usando esse tipo de afinador em shows, apenas acho que não são o ideal para essa finalidade.
O afinador de clip que eu uso e considero o melhor é esse modelo da planet waves:
A vantagem desse modelo é que fica discretamente posicionado atrás do headstock, também capta as notas com maior precisão, por isso mesmo é um pouco mais caro.
Os afinadores tipo "box" funcionam também através de cabo, nesse caso não precisam de silêncio para afinar, o que vai complicar usá-lo em um show é o fato de que não tem como integrá-los na cadeia do sinal guitarra->pedais->amplificador, aliás até tem, precisaria de uma A-B box, mas aí é melhor comprar um pedal afinador logo de uma vez !
Os programas de computador para afinar guitarra também funcionam bem mas aí você precisa de um desktop ou um notebook. Eles funcionam com um cabo ligando a guitarra na placa de som do computador, então você vai precisar de um adaptador de plugues também. Aqui um link para baixar um destes programas.
Quando não existiam os afinadores eletrônicos, uma das coisas mais complicadas para um iniciante era afinar o seu instrumento. Felizmente, esses tempos ficaram para trás, nem vale a pena ficar relembrando como se fazia ! Hoje, temos afinadores sendo vendidos em todas faixas de preços, a grande maioria funciona muito bem,dentro da sua proposta. Mas... Qual comprar ?!
Para simplificar nossa análise vamos dividir os afinadores em duas categorias, os afinadores profissionais, que são utilizados para afinar a guitarra no palco e em regulagens do instrumento e os afinadores "de estudo", vamos chamar assim aqueles que são utilizados apenas para afinar o instrumento em casa ou, talvez, em algum ensaio.
Claro que se você já tiver uma pedaleira não precisa se preocupar com afinadores, ela já deve ter um afinador incluso que poderá ser utilizado tanto em casa como em shows.
Muito bem, vamos deixar para falar dos afinadores profissionais em uma outra hora e vamos abordar aqui os afinadores de estudo. Nessa categoria, encontramos os seguintes produtos:
- Programas de computador para afinar instrumentos;
- Afinadores tipo "box"
- Afinadores tipo "clip" que se prendem ao headstock da guitarra;
- Afinadores que já vêm embutidos na própria guitarra;
- Programas de Smartphones.
Afinador Tipo "Box" |
Os afinadores eletronicos precisam captar o som da nota para avaliá-lo. Essa captação pode ser feita de 3 maneiras: 1) pelo sinal elétrico, através de um cabo; 2) Pelo som natural da corda vibrando; 3) pela captação da vibração do corpo e do braço do instrumento, que vibram junto com a corda.
Em geral, os afinadores conseguem operar captando o som através de mais de uma das maneiras citadas acima. A razão disso é oferecer um produto que sirva tanto para afinar as guitarras mas também os violões. Assim, um produto que só pudesse funcionar com um cabo elétrico não serviria para afinar violões.
Os afinadores tipo "clip" costumam funcionar captando a vibração do braço, por isso funcionam tanto na guitarra quanto no violão.
Afinador Tipo "Clip" |
Os afinadores tipo "clip" são os mais encontrados na atualidade, são práticos, muito baratos e costumam funcionar bem. O problema com esse tipo de afinador é que não funciona muito bem quando existe barulho de outros instrumentos, o que dificulta o seu uso no palco, por exemplo, se você estiver em um ensaio e precisar afinar, pode ser que você tenha que pedir aos seus colegas de banda que façam um pouco de silêncio para que você afine a guitarra, isso aí em um show é meio complicado !.. O que não quer dizer que não possam ser usados para esse fim, vejo muitos músicos profissionais usando esse tipo de afinador em shows, apenas acho que não são o ideal para essa finalidade.
O afinador de clip que eu uso e considero o melhor é esse modelo da planet waves:
Afinador Planet Waves |
Os afinadores tipo "box" funcionam também através de cabo, nesse caso não precisam de silêncio para afinar, o que vai complicar usá-lo em um show é o fato de que não tem como integrá-los na cadeia do sinal guitarra->pedais->amplificador, aliás até tem, precisaria de uma A-B box, mas aí é melhor comprar um pedal afinador logo de uma vez !
Os programas de computador para afinar guitarra também funcionam bem mas aí você precisa de um desktop ou um notebook. Eles funcionam com um cabo ligando a guitarra na placa de som do computador, então você vai precisar de um adaptador de plugues também. Aqui um link para baixar um destes programas.
Smatphone como afinador de guitarra !
Por fim, se você tiver um smartphone (e quem não tem ?!), seus problemas estão resolvidos, não vai precisar comprar nada ! Estes programinhas captam diretamente o som das cordas, e funcionam muitíssimo bem, mesmo para guitarras elétricas (claro que precisam de silêncio para afinar).
A bem da verdade, funcionam melhor do que os afinadores tipo "clip".
Por quê ? Porque tiram vantagem do imenso poder dos processadores dos smartphones ! São tão precisos que eu desconfio que seja até possível utilizá-los em regulagens como o ajuste de oitavas, mas confesso que nunca tentei, até mesmo porque tenho afinador de precisão para isso.
A bem da verdade, funcionam melhor do que os afinadores tipo "clip".
Por quê ? Porque tiram vantagem do imenso poder dos processadores dos smartphones ! São tão precisos que eu desconfio que seja até possível utilizá-los em regulagens como o ajuste de oitavas, mas confesso que nunca tentei, até mesmo porque tenho afinador de precisão para isso.
Aqui vai um link de um afinador para android que eu uso (Tuner - gStrings Free) que é excelente, para quem tem iPhone existem outras opções tão boas ou melhores do que este:
Tuner - gStrings Free |
Para mostrar que esses programas de smartphone funcionam bem, gravei um vídeo afinando uma guitarra simultaneamente com o programa acima e com um afinador profissional Boss TU-15, notem como os dois convergem, apontando, aproximadamente, para a mesma afinação da nota (a guitarra tinha sido pré-afinada anteriormente usando o smartphone):
Por fim, algumas dicas gerais no uso de afinadores de guitarra:
- Quando estiver afinando uma corda, silencie todas as outras;
- Quando estiver afinando, toque com os dedos, nesse caso funcionam melhor do que a palheta;
- Experimente várias posições no headstock para os afinadores tipo "clip" para descobrir onde funcionam melhor.
É isso, abraços a todos !
* * * Edit 06/08/2014 * * * Pessoal, comprei esse outro afinador aqui para testar, fica atrás do headstock, assim como o da planet waves, não é tão discreto e pequeno como esse mas é muito preciso, gostei:
http://www.stringsandbeyond.com/sns1sonofsng.html
http://www.stringsandbeyond.com/sns1sonofsng.html
quinta-feira, 17 de julho de 2014
Morre o guitarrista Johnny Winter, aos 70 anos
http://oglobo.globo.com/cultura/musica/morre-guitarrista-johnny-winter-aos-70-anos-13284680
Um dia profundamente triste para mim, sinto como se tivesse perdido uma pessoa da minha própria família, Johnny Winter é o meu guitarrista preferido e a minha razão maior para tocar guitarra, acompanho sua carreira desde os anos 70, conheço cada nota que esse músico extraordinário tocou, nunca vai existir outro Johnny Winter, esse foi o maior guitarrista de Blues de todos os tempos, um incrível virtuoso que dominava o Blues, o Country e o Rock'n Roll com perfeição.
Infelizmente, após os anos 80, a saúde do Johnny foi ficando muito debilitada devido a uma vida de excessos e sua música se ressentiu bastante disso mas os grandes discos que ele gravou nos anos 70 ficam como um legado desse gênio.
Há poucos anos atrás tive a felicidade de assistir a um show do Mestre, já bastante debilitado, mas, quando ele pegava a sua Gibson Firebird e colocava o slide em seu dedo mínimo, aí se escutava aquele som magnífico de guitarra que nunca mais ninguém conseguirá tirar.
Vai meu Mestre, descanse finalmente em paz após uma vida tão brilhante quanto sofrida, nunca poderei te agradecer por tudo que o fez por mim, enquanto eu for vivo jamais me esquecerei um dia sequer de você e enquanto eu puder tocar uma guitarra, um pouquinho da sua música estará viva comigo, até a vista meu querido amigo !!!
sábado, 12 de julho de 2014
Análise de estilo: Cornell Dupree !
Cornell Dupree (1942 - 2011) foi um veterano que marcou a história do Rhythm and Blues americano, tendo participado de centenas de gravações e apresentações históricas e influenciado gerações de guitarristas que adotaram a música negra americana como a base do seu estilo.
Seu início foi batalhando no lendário chitlin'n circuit, acompanhando os grandes nomes da música negra em ascensão, olha, você tinha que ser muito bom para conseguir um emprego ali, no caso de Cornell Dupree quem costuma disputar a vaga de guitarrista com ele era o próprio Jimi Hendrix, na época ainda um desconhecido, já imaginou ?!! Mas vez por outra, acontecia de Cornell Dupree e Hendrix integrarem a mesma banda, onde botavam para quebrar, vejam !
Em tantos anos atuando como sideman, Cornell Dupree desenvolveu um estilo único que mistura o soul, blues, jazz, R&B, funky, rock'n roll, enfim uma síntese completa da música negra americana.
A sua maneira de tocar enfatiza os riffs rítmicos construídos em cima acordes, intervalos, double stops e oitavas, intercalando solos curtos com frases sempre muito melódicas ainda que permeada de cromatismos, o que confere um sabor "jazzy" nos seus improvisos. O uso frequente de frases com intenção maior às vezes lembra o fraseado característico do B.B. King. Impressionante também é a noção de tempo e ritmo desse cara. Chama a atenção ainda a maneira como ele ataca as cordas com os dedos, um modo de tocar mais encontrado na country music.
Percebam também como ele toca sempre em um contexto perfeitamente integrado à banda, mesmo quando é o dono da apresentação ele nunca tenta se sobressair mais do que os outros músicos, está aí uma coisa que todos os guitarristas deveriam aprender, a guitarra tem um papel definido dentro de uma banda e esse papel é na maioria das vezes mais rítmico do que tudo, tem guitarrista que acha que tem que solar alto e o tempo todo, um erro que nos dá a fama de malas entre os outros instrumentistas, e o que Cornell Dupree nos ensina é tocar para a banda !
Aqui, uma ótima lição para tocar como Cornell Dupree !
Então vamos assistir essa grande apresentação de Cornell Dupree gravada em Nova York, onde ainda toca o extraordinário baixista Will Lee e uma banda de feras !
Seu início foi batalhando no lendário chitlin'n circuit, acompanhando os grandes nomes da música negra em ascensão, olha, você tinha que ser muito bom para conseguir um emprego ali, no caso de Cornell Dupree quem costuma disputar a vaga de guitarrista com ele era o próprio Jimi Hendrix, na época ainda um desconhecido, já imaginou ?!! Mas vez por outra, acontecia de Cornell Dupree e Hendrix integrarem a mesma banda, onde botavam para quebrar, vejam !
Em tantos anos atuando como sideman, Cornell Dupree desenvolveu um estilo único que mistura o soul, blues, jazz, R&B, funky, rock'n roll, enfim uma síntese completa da música negra americana.
A sua maneira de tocar enfatiza os riffs rítmicos construídos em cima acordes, intervalos, double stops e oitavas, intercalando solos curtos com frases sempre muito melódicas ainda que permeada de cromatismos, o que confere um sabor "jazzy" nos seus improvisos. O uso frequente de frases com intenção maior às vezes lembra o fraseado característico do B.B. King. Impressionante também é a noção de tempo e ritmo desse cara. Chama a atenção ainda a maneira como ele ataca as cordas com os dedos, um modo de tocar mais encontrado na country music.
Percebam também como ele toca sempre em um contexto perfeitamente integrado à banda, mesmo quando é o dono da apresentação ele nunca tenta se sobressair mais do que os outros músicos, está aí uma coisa que todos os guitarristas deveriam aprender, a guitarra tem um papel definido dentro de uma banda e esse papel é na maioria das vezes mais rítmico do que tudo, tem guitarrista que acha que tem que solar alto e o tempo todo, um erro que nos dá a fama de malas entre os outros instrumentistas, e o que Cornell Dupree nos ensina é tocar para a banda !
Aqui, uma ótima lição para tocar como Cornell Dupree !
Então vamos assistir essa grande apresentação de Cornell Dupree gravada em Nova York, onde ainda toca o extraordinário baixista Will Lee e uma banda de feras !
quarta-feira, 2 de julho de 2014
quinta-feira, 19 de junho de 2014
Upgrade inteligente em uma SX FST62/SST62 das antigas !
Nos post de hoje vamos estudar mais um pouco sobre como fazer upgrades em guitarras gastando pouco e obtendo o máximo de um instrumento barato. Se você não sabe bem o que é um upgrade ou quer aprender um pouco mais sobre o assunto, leia os posts anteriores que eu escrevi sobre o assunto clicando nos links abaixo:
http://inicianteguitarra.blogspot.com/2012/12/como-fazer-upgrades-em-guitarras.html
http://inicianteguitarra.blogspot.com/2013/10/extreme-makeover-upgrade-radical-em-uma.html
A guitarra
Muito bem, a guitarra escolhida dessa vez é uma Shelter SX FST62, escolhida por ser uma strat com boas madeiras e acabamento muito bem feito, conheço bem essas guitarra e sei que os resultados de upgrades nela costumam ser muitos bons, aliás, escrevi um post bem completo sobre as strats da linha SX, se você quiser saber mais detalhes sobre essa guitarra, clique no link abaixo:
http://inicianteguitarra.blogspot.com.br/2012/11/review-sx-sst62-shelter-saiba-historia.html
A guitarra é essa belezinha aqui:
Shelter SX FST62 |
Foi comprada por R$ 600,00, usada no Mercado Livre. Notem que é uma SX mais antiga, ainda com o headstock no padrâo Fender, acredito que deva ter sido feita lá por 2004. Com esse dinheiro eu poderia ter comprado uma nova mas, embora não ligue muito para questão do formato do headstock, prefiro comprar guitarras usadas mais antigas que já estão com o madeiramento mais seco e estabilizado. E essa estava completamente original e em excelente estado !
Apesar disso, fica o alerta, nunca paguem preços absurdos em instrumentos usados quando o vendedor vem com aquela conversa fiada de que é uma "das primeiras", "das antigas", "das boas", vejo picaretas vendendo guitarras iguais a essa por um preço absurdo, olho vivo !
O planejamento do upgrade
Dito isso, vamos ver a melhor forma de melhorar essa guitarra sem gastar muito. Se você leu meus posts anteriores, sabe que eu recomendo jamais gastar mais do que o preço da guitarra em upgrades mas eu pretendo gastar bem menos que isso !
Os pontos mais fracos dessa guitarra são a ponte e os captadores, embora os captadores cerâmicos originais sejam bem superiores aos que costumamos ver em guitarras asiáticas. Na verdade, são captadores cerâmicos de boa qualidade, podem ser tranquilamente usados para tocar em casa, em ensaios e até em shows, seguram muito bem a onda em qualquer situação.
Mas sou um strateiro que aprecia muito o som dos captadores singles com imãs de alnico, vou, portanto, substituir os captadores.
A questão da ponte é um pouco mais complicada. A ponte dessa guitarra deixa muito a desejar. Infelizmente, substituí-la por outra é um pouco complicado porque a original não segue exatamente os padrões mais usuais na distância entre os parafusos. Na verdade, mesmo que a distância não seja exatamente a mesma, pode ser colocada uma nova ponte, o truque é colocar primeiro os dois parafusos das cordas do centro (os parafusos correspondentes às cordas ré e sol) e forçar um pouco os outros parafusos para que entrem. Mas isso tem um efeito colateral, dificilmente uma ponte que foi parafusada com os parafusos sendo forçados vai voltar exatamente a posição original depois de uma alavancada. E uma ponte que não volta a posição original não serve para nada !
Existe um outro problema mais chato nessa questão da ponte. Penso que só faz sentido trocar a ponte dessas guitarras mais econômicas se for para colocar uma ponte com o chamado "big block", que melhora bastante a entonação e desempenho da ponte. Não vou me dar ao trabalho de explicar esses detalhes porque o super Paulo May já escreveu uma matéria excelente em seu blog, não deixem de ler:
Mas... Acontece que a cavidade dessas FST62 têm um degrau de madeira que impede a colocação de uma ponte com bloco maior. Possível é mas aí teria que recortar a cavidade com uma tupia e eu não tenho essa ferramenta. Vejam o degrau na madeira, bem atrás do bloco de metal:
cavidade da ponte |
Bom, nesse caso, prefiro não utilizar a ponte, vou apenas travá-la. Para não dizer que não fiz nada na ponte, vou trocar os carrinhos (saddles) por outros de aço da GFS, melhora um pouco a entonação (dizem...) mas o motivo maior é estético mesmo, acho muito feio os saddles originais !
* * * 10/10/2014 - Edit * * * Curiosamente, fiz um upgrade de uma outra FST62, também ainda com o headstock no padrão Fender, porém, com logo "SX" em letras grandes ao invés de "Shelter", no headstock. O corpo tinha cavidades esculpidas em SSH e também NÃO tinha o incomodo "degrau" supracitado, vejam as fotos:
Assim, o upgrade da guitarra consistirá no seguinte:
a) trocar os abaixadores das cordas por abaixadores tipo "roller". Por que, já que a ponte não será utilizada ? Porque acho que os abaixadores roller atenuam um pouco a desafinação quando fazemos uma bend um pouco mais forte. Claro que outros fatores influem, como o ajuste da nut. Além disso, são tão baratos que vale a pena trocá-los. O abaixadores escolhidos são esses aqui:
http://www.eyguitarmusic.com/Strat-String-Tree-Retainer-Roller-style-body-custom-Chrome_p_523.html
b) trocar os saddles originais por outros de aço conforme explicado anteriormente. Os escolhidos foram estes aqui:
http://www.guitarfetish.com/Upgrade-Stainless-Steel-Saddles-Fits-Trems-Set-of-Six_p_773.html
c) trocar os captadores por singles em alnico. Então, já expliquei que a troca será feita apenas porque gosto mais do som dos singles em alnico. Agora, vamos raciocinar juntos: um jogo de singles originais Fender, Seymour Duncan ou outra marca de primeira linha custa mais de R$ 500,00. Existem bons captadores nacionais mas também não são tão baratos assim, vão custar em torno de uns R$ 300,00 o set. Durante muito tempo, o site da Guitar Fetish (GFS) foi uma boa opção para quem procurava captadores com um bom custo/benefício, mas, com a subida do dólar (obrigado Dilma !) não estão mais tão acessíveis assim....
Nesse contexto, andei pesquisando opções realmente baratas em sites chineses. Encomendei dois sets de singles em alnico e aprovei os dois, consegui um ótimo timbre com eles, são esses aqui:
http://www.eyguitarmusic.com/Powered-by-LACE-pickup1-Set-of-Single-OpenFlat-topAlnico-VCream-Pickup-Cover_p_357.html
http://www.eyguitarmusic.com/Strat-Guitar-Pickup-WhiteSingle-Coil-pickupAlnico-VNeckMiddleBridge_p_1146.html
O primeiro set, Powered by Lace, puxa um pouco mais para o som vintage, achei muito bonito o timbre. O segundo set soa mais forte, mais puxado para os médios. São duas boas opções para upgrades em guitarras asiáticas. A qualidade da construção é boa nos dois sets. Agora pasmem, esses bons singles custam 24 e 27 dólares, respectivamente (mais o frete, é claro) os três captadores, menos de 10 dólares por captador !
É muito barato ! São tão bons quanto captadores de primeira linha ? Não, não são. Mas a diferença vai estar mais nas nuances dos timbres e no equilíbrio do set, coisa que só fica evidente quando você tem um excelente amplificador valvulado, bons pedais, cabos, etc e bastante experiência com captadores. Assim, considero esses captadores a melhor escolha para um upgrade em um instrumento value !
d) troca da switch dos captadores. Não gosto dessas chavinhas genéricas chinesas, duram pouco e já me deixaram na mão. Existe um modelo um pouco mais caro mas com qualidade bem próxima as originais da fender:
http://www.eyguitarmusic.com/5-Way-Level-Switch-w-ScrewsFor-your-Wire-CustomQ025_p_585.html
e) blindagem da guitarra. Se você é leitor do Blog sabe que os singles captam ruídos espúrios, em especial aquele desagradável "hum' gerado pela indução da corrente alternada de 60hz oriunda da rede elétrica. A melhor forma de atenuar esse problema é fazer uma blindagem. Funciona ? Funciona, ainda que não resolva 100% do problema, porém, tem que ser feita com técnica correta pois não basta blindar, tem que saber com conectar a blindagem à parte elétrica da guitarra.
Aqui uma dica: Já blindei dezenas de guitarras, usando desde folhas de cobre, fita adesiva de alumínio, tinta condutiva e outras coisas. Na teoria, o cobre deveria funcionar melhor porque é um material que possui menor resistividade. Porém, na prática, os resultados são bem semelhantes, muito próximos mesmo. Acredite quem quiser ! Assim, tenho usado mesmo é a blindagem com a tinta condutiva pois é bem mais fácil fazer o trabalho com este método.
quem quiser aprender como blindar uma stratocaster da maneira correta, recomendo estudar o texto abaixo:
http://www.guitarnuts.com/wiring/shielding/shield3.php
f) nivelamento de trastes, cordas novas e regulagem: A guitarra precisava de um nivelamento de trastes, quase sempre é necessário fazer, principalmente em instrumentos novos.
E é só ! Embora as tarraxas não sejam das melhores não vou trocá-las, se você acompanha o blog já sabe que o problema maior não costuma ser as tarraxas em si mas sim colocar as cordas de maneira errada e isso eu não faço, hehe !
Quanto vou gastar ? Bem O material acima mais o frete sai por volta de R$ 150,00. O trabalho de luthieria (trocar as peças, blindar e regular a guitarra) eu mesmo vou fazer, acredito que um Luthier cobraria algo em torno de uns R$ 250,00 para fazer esse trabalho. Assim, o custo total desse upgrade, se considerarmos o custo do Luthier ficaria em torno de R$ 400,00, bem menos que o preço da guitarra
Vamos ver então algumas fotos do trabalho com essa guitarra?
Corpo da SX FST¨62 |
Corpo sendo protegido com fita crepe para a blindagem com tinta condutiva |
Cavidade já blindada, sendo conferida com um multímetro |
Saddles de aço instalados |
Headstock com abaixadores tipo roller instalados |
Ponte travada |
Aqui mais uma dica: a maneira mais correta de travar a ponte seria confeccionar um pequeno bloco de madeira na medida certa pra encaixar na cavidade e impedir a ponte de movimentar. Porém, costumo usar outro método, instalo todas as 5 molas e aperto os parafusos ao máximo. Faço isso porque acredito que as molas da ponte da stratcaster formam uma espécie de "reverb mecânico", que é um dos fatores que dá o som característico deste modelo !
É isso, o resultado do upgrade foi excelente mesmo sem gastar muito, assim que eu puder gravo uns sons com essa guitarra e posto aqui, abraços a todos, qualquer dúvida é só perguntar nos comentários !
* * * Edit 03/07/2014 * * * Bem, venho tocando com essa guitarra em ensaios e o som dela ficou muito bom mesmo. Porém, as SST62 possuem um som um pouco mais fechado quando comparadas com a minha Fender americana, que é a minha referência para som de strat. A razão disso (minha opinião) é que a peça de rosewood da escala da SST62 é bem mais grossa do que a da Fender. O som fica mais encorpado, o que é legal mas sinto falta daquele timbre mais "estalado" típico das strats. Para corrigir isso, fiz duas mudanças, coloquei captadores Fender Tex-Mex, que são um pouco mais estridentes do que a captação que estava instalada e substituí o tone do captador do meio por um circuito Fender TBX. Esse circuito possibilita um reforço dos agudos, é um circuito passivo porém engenhoso que combina dois pots em um único eixo. Também instalei o TBX para que atuasse no captador da ponte, como é padrão nas Fenders. Com essas duas mods, o som da guitarra ficou melhor ainda para o meu gosto !
domingo, 8 de junho de 2014
Pedais ou pedaleira ? os pedais analógicos (II)
Olá !!!
Como muitos reclamaram, ando sem tempo para atualizar o blog, esse período é um pouco apertado para mim, mas isso não quer dizer que o blog está abandonado, tenho respondido a todas as perguntas enviadas, espero que a partir de agora as coisas se normalizem !
Vamos falar hoje dos pedais analógicos. Se não leu a primeira parte do artigo clique aqui. Seria recomendável também você ler a série de posts sobre amplificadores, pois vários conceitos que foram explicados nela também serão referenciados aqui:
parte I
parte II
parte III
parte IV
Mas vamos lá. Quando falamos em "pedais analógicos" a que estamos nos referindo ? O meu entendimento é de que estamos falando de um circuito eletrônico projetado para trabalhar com sinais analógicos. Um sinal assim se manifesta como uma grandeza analógica, podendo assumir qualquer valor dentro uma determinada faixa, expressando assim um comportamento contínuo. Exatamente como um sinal de áudio se manifesta. É diferente de uma grandeza digital, onde um sinal analógico é convertido para um sistema binário, passando a ser representado então por uma cadeia de sequências de "0" e "1", para ser processado então por sistemas computacionais.
Os componentes eletrônicos mais utilizados para compor circuitos analógicos são resistores, capacitores e indutores (componentes ditos passivos) e as válvulas, transistores, diodos e circuitos integrados analógicos. Na prática, pouquíssimos pedais analógicos são valvulados.
Você já viu como são esses componentes ?!
Como muitos reclamaram, ando sem tempo para atualizar o blog, esse período é um pouco apertado para mim, mas isso não quer dizer que o blog está abandonado, tenho respondido a todas as perguntas enviadas, espero que a partir de agora as coisas se normalizem !
Vamos falar hoje dos pedais analógicos. Se não leu a primeira parte do artigo clique aqui. Seria recomendável também você ler a série de posts sobre amplificadores, pois vários conceitos que foram explicados nela também serão referenciados aqui:
parte I
parte II
parte III
parte IV
Mas vamos lá. Quando falamos em "pedais analógicos" a que estamos nos referindo ? O meu entendimento é de que estamos falando de um circuito eletrônico projetado para trabalhar com sinais analógicos. Um sinal assim se manifesta como uma grandeza analógica, podendo assumir qualquer valor dentro uma determinada faixa, expressando assim um comportamento contínuo. Exatamente como um sinal de áudio se manifesta. É diferente de uma grandeza digital, onde um sinal analógico é convertido para um sistema binário, passando a ser representado então por uma cadeia de sequências de "0" e "1", para ser processado então por sistemas computacionais.
Os componentes eletrônicos mais utilizados para compor circuitos analógicos são resistores, capacitores e indutores (componentes ditos passivos) e as válvulas, transistores, diodos e circuitos integrados analógicos. Na prática, pouquíssimos pedais analógicos são valvulados.
Você já viu como são esses componentes ?!
Resistores
Capacitores
Transistores
É difícil para quem não entende nada de eletrônica diferenciá-los, não ?
Mas o fato é que esses componentes eletrônicos, combinados entre si segundo circuitos eletrônicos específicos, vão dar origem a maioria dos pedais analógicos que conhecemos.
Fica mais fácil se classificarmos os pedais de guitarra segundo suas "famílias", ou seja, de acordo com a natureza da modificação que eles introduzem no sinal de áudio originário da guitarra. Uma classificação mais comum seria a seguinte:
- Pedais de distorção: overdrive, fuzz, distortion, booster e simulador de amplificadores (estes últimos são mais comuns com pedais digitais mas também existem os analógicos, como o Sansamp Gt2)
- Pedais de Eco: Delay e Reverb.
- Pedais de modulação: Chorus, Flanger, Phaser, Vibrato, Rotovibe e outros.
- Filtros: Wha-Wha, Envelope.
- Volume: Compressor, Limiter, Pedal de Volume.
- Pedais Especiais: Equalizadores, Afinadores, Noise Gate, etc.
Os circuitos eletrônicos dos pedais que fazem parte de uma mesma família apresentam bastante similaridade entre si. Como este não é um blog de eletrônica fica meio complicado entrar no funcionamento destes circuitos, quem quiser saber algum detalhe específico é só perguntar.
A ideia do "pedal de guitarra" (também conhecido como "stompbox") nada mais é do que a construção de uma unidade autônoma para cada efeito. Assim se você quiser uma cadeia de efeitos que inclua um wah-wah, um overdrive e um chorus, muito provavelmente vai ter que comprar três pedais diferentes, embora existam pedais que implemente mais de um efeito mas aí você começa a cair na ideia de "pedaleira", não é mesmo ?
Em que ordem ligar os pedais de guitarra
Muito bem, se vamos ter várias "unidade autônomas", teremos que interligá-las. A maneira mais comuns de interligar os pedais de guitarra é em série, ou seja, a saída ("output") de um é ligada na entrada ("input") de outro, até que o último da cadeia é ligado na entrada do amplificador.
Parece simples não ? Mas acontece que guitarristas gostam das coisas complicadas, então, a partir de agora o assunto vai complicar...
A primeira dúvida que todo iniciante é em que ordem pedais deveriam ser ligados ?
Não existe uma unanimidade sobre este assunto, se você pesquisar sobre isso na internet, vai encontrar músicos famosos e desconhecidos fazendo recomendações diferentes... O que fazer então ?!
A minha primeira recomendação é de que os pedais de uma mesma família devem ficar juntos (na sequência) dentro da cadeia de efeitos. Isso faz sentido até porque dificilmente vc usa mais de um pedal da mesma família ao mesmo tempo. Por exemplo, sua pedalboard pode ter um phaser e um chorus mas você provavelmente não vai usá-los ao mesmo tempo. Dessa maneira, com os pedais da mesma família juntos, fica mais fácil até de "achá-los" na hora de pisar nos pedais !
Uma outra dica é que alguns pedais, em especial os pedais de distorção e alguns compressores, agregam ganho no sinal, ou seja, amplificam o sinal em um certo nível. Infelizmente, quando isso acontece, os ruídos também são amplificados juntos, em especial o chamado "hum" dos captadores singles (em geral usados nas stratocasters). Os pedais de distorção também "clipam" o sinal, ou seja, fazem uma espécie de "ceifamento" da forma da onda, em geral isso é feito fazendo o sinal passar por um circuito "clipador" com diodos invertidos em paralelo. A consequência disso é a "distorção do sinal" e a modificação dos seus harmônicos. Por causa dessas características, recomendo colocar os pedais de distorção no início da cadeia de efeitos (na saída da guitarra), ou, pelo menos, antes dos pedais de modulação.
Alguns recomendam colocar os pedais de compressão antes dos de distorção, eu acho que isso depende muito dos pedais que você tem mas a ideia é válida.
Já o wha-wha, alguns gostam antes dos pedais de distorção, outros depois. eu prefiro antes.
Em resumo, uma sugestão para você sequenciar os seus pedais seria partir da seguinte ordem para começar a experimentar variações:
Guitarra ->Wah -> Distorções -> Modulações -> Ecos -> Amplificador
True Bypass or not true Bypass ?!
Esta é outra questão que atormenta os guitarristas ! O que é o "bypass" ? Vimos acima que a ideia do pedal de guitarra é a de uma unidade autônoma que implementa apenas um efeito. Evidente que tem que ter o controle de quando o efeito é ligado ou não. E ainda, quando o efeito não estiver ativo, o sinal da guitarra deve continuar passando pela cadeia de efeitos. É claro não ? Senão o som não sai !
Aí é que está !... O que acontece é temos dois sistemas diferentes. O primeiro é conhecido como "True Bypass" e consiste em usar uma chave elétrica que desvie completamente o sinal da guitarra do circuito do efeito quando este estiver inativo. Assim, é como se o sinal da guitarra passasse "por fora" do pedal. O outro sistema (não true bypass) utiliza um circuito eletrônico especial conhecido como "buffer", nesse esquema o sinal da guitarra continua passando pelo circuito do pedal mesmo quando o efeito está inativo, apenas passa por um caminho diferente, ou seja, passa pelo "buffer".
A questão é que o sinal da guitarra perde alguma coisa em sua pureza original toda a vez que passa por um circuito eletrônico. Os defensores do true bypass alegam que ao utilizar uma chave desviando o sinal, este seria mais preservado. Como tudo no mundo da guitarra, não existe unanimidade de opiniões. Lembro aqui que os pedais da Boss, de longe o fabricante mais famoso de efeitos de guitarra não são true bypass. Existe ainda alguns efeitos colaterais, alguns pedais true bypass produzem um incomodo "estalo" quando são acionados.
A minha opinião pessoal é que os pedais true bypass de fato preservam mais o som original da guitarra mas vamos lembra que isso depende muito mais da qualidade dos cabos que você vai utilizar para interligar os pedais, de nada adianta ter pedais caros e eficientes e usar cabos e conectores vagabundos que vão detonar com o seu sinal !
Comprando pedais de guitarra !
Muito bem, quando eu concluir essa série de posts sobre pedais e pedaleiras vou fazer uma análise do que eu acho mais recomendável para um iniciante. Mas vou adiantar logo a conclusão ! A minha opinião é de que o iniciante deve começar com uma pedaleira de custo mais acessível. A razão disso é que o iniciante está em um processo ainda de conhecer os efeitos e pedais de guitarra. Ora, uma pedaleira, mesmo as mais simples, permite que o iniciante possa testar e utilizar mais de 20, 30 efeitos diferentes, ele só vai conseguir isso com os pedais se gastar uma nota preta ! Uma pedaleira de entrada, digamos, uma Zoom G2 ou uma Boss Me-25 custam quase a mesma coisa do que um pedal de melhor qualidade, então fica evidente a vantagem de se começar com a pedaleira ! Mas vou detalhar o assunto futuramente, aguardem !
Mas... Existe alguma coisa nos pedais que mexe com o subconsciente dos guitarristas ! Então, se você quiser começar direto com os pedais (e não tem nada errado com isso !), vou deixar algumas dicas.
Hoje em dia, existem pedais de tudo quanto é jeito, chineses, clones, handmades, de boutique, etc. Os preços, é claro, são os mais diferentes. A oferta é enorme (ainda bem, não ?!).
- Você pode começar comprando um overdrive, se o seu amplificador já tem reverb ou delay embutido, já dá para começar a brincar legal, um pedal que tem um ótimo custo/benefício é o Boss SD-1 Super Overdrive, pedal muito bacana utilizado por muitos músicos profissionais. Outro overdrive de custo acessível que vale a pena testar é o Digitech Bad Monkey. Para um som mais pesado, o Boss Metal Zone é um clássico, ainda que muitos o detestem, rs !... Um pedal de distorção também muito bacana é o Pro Co Rat e seus clones, produz uma ampla variedade de distorções que podem ser ouvidas nos álbuns clássicos do rock !
- Os pedais de eco analógicos são bastante limitados, é claro que muitos guitarristas preferem o som deles mas se você vai comprar o seu primeiro delay, por exemplo, recomendo que compre um pedal digital tipo o Boss Digital Delay, eles possuem muito mais recursos do que os pedais analógicos de delay, fora que muitos pedais de delay ditos "analógicos" na verdade não o são...
- Infelizmente, de uns anos para cá, a Boss começou a lançar pedais compactos que na verdade são unidades digitais. O problema é que ela não deixa claro isso no nome do pedal ! Por exemplo, o Boss Phaser PH-2 é analógico mas já o PH-3 é digital. Ora, se eu quiser um efeito digital compro logo uma pedaleira ! Não que esses pedais sejam ruins mas penso não ser legal interligar vários efeitos que vão fazer conversão A/D e D/A a cada entrada e saída, fora que é inviável utilizar pedais digitais com bateria, dura muito pouco.
- A Danelectro tem uma linha bastante ampla de pedais com preços extremamente acessíveis e boa qualidade, várias versões de pedais famosos estão disponíveis neste fabricante, é uma opção para quem está começando.
- Alguns pedais analógicos clássicos, como por exemplo "Big Muff" e "Fuzz Face" foram projetados mais para funcionar com amplificadores valvulados, por conta disso você pode ter alguma decepção ao ligá-los no seu equipamento. Procure sempre ler as reviews e pesquisar informações antes de comprar qualquer pedal !
É isso, muita informação por hoje, depois continuamos, eu sou o MadGuitarMan e você está no Blog "Iniciante na Guitarra" ! Que sorte a nossa !!! abç.
terça-feira, 21 de janeiro de 2014
Pedais ou Pedaleira ? Por onde começar ? (I)
Primeiro post de 2014, que este seja um ano de grandes conquistas e muita música para todos nós !
Vamos começar o ano com uma série de posts sobre pedais, pedaleiras, simuladores, efeitos, etc. O assunto é bastante extenso então vamos abordá-lo com calma, sem tentar resumir as coisas.
Nesse post, vou contar o meu envolvimento com os pedais e como minhas preferências mudaram ao longo dos meus muitos anos de guitarra. Esse Blog foi feito com o único objetivo de ajudar os iniciantes e não de promover o blogueiro, quem me acompanha há mais tempo sabe que eu quase nunca falo de mim mesmo, já chega o excesso de autopromoção que a gente tem que aguentar nos fóruns de guitarra, certo ?! Mas nesse post vou abrir uma exceção, porque acho que a minha experiência será bastante instrutiva para os iniciantes.
Então vamos lá !
Muito antes de aprender a tocar, ainda nos primeiros anos da adolescência comecei a me interessar por eletrônica e ler as revistas especializadas. Posteriormente, fiz também escola técnica. Nessa época uma revista técnica revolucionou a área de eletrônica, a saudosa "Nova Eletrônica". Essa revista, além de publicar artigos e esquemas de montagem, também vendia os kits com peças para quem quisesse comprar e montar. Já nos primeiros números, uma série de artigos sobre áudio e efeitos para guitarra chamaram minha atenção. O autor era o hoje lendário CCDB - Cláudio César Dias Baptista, irmão do Sergio e Arnaldo dos "Mutantes" e responsável pela construção dos equipamentos e instrumentos da banda. O estilo intrigante de escrever, misturando conceitos técnicos com filosofia e humor transformaram o Cláudio no grande "guru" do áudio e do DIY (Do It Yourself) de toda uma geração. Um gênio ! E o melhor, ele prometia que os seus circuitos seriam módulos de um sintetizador de guitarras ! Imaginem a minha excitação com isso, um garoto ter a perspectiva de montar um synth no auge do rock progressivo !
E, de fato, montei vários circuitos publicados pelo Cláudio, como o Phaser, Flanger, Distorcedor, Oitavador, etc. Esses circuitos, bem como as revistas podem ser encontrados para download na internet. Assim, tomei conhecimento de que o mundo da guitarra... era mais do que a guitarra !
Quando comecei a tocar guitarra, já trabalhava e possuía grana para comprar o que bem quisesse, comecei "colecionando" os pedaizinhos da Boss, Digitech e Ibanez. Quando apareceram as primeiras pedaleiras da Zoom também fui comprando e continuei também construindo os meus próprios pedais.
Pedais da Boss ! (não tive todos, mas tive muitos desses!) |
Minha primeira pedaleira, pequenina, ficava presa a correia ! |
Um dia, comprei uma guitarra Brian Moore que tinha o captador especial GK da Roland embutido e permitia conexão direta com os processadores avançados das linhas VG e GR. Comprei uma série de equipamentos dessa linha, o incrível VG8 (equipamento revolucionário para a época !), depois o VG88, a linha de sintetizadores midi GR-30 e GR-33. Aí então descobri que essas pedaleiras caríssimas estavam anos-luz à frente de qualquer coisa que eu já tinha experimentado ! Durante muito tempo toquei exclusivamente com esses equipamentos e fui muito feliz !
Roland VG8 |
Porém, quando comecei a tocar mais a sério em ensaios e shows, comecei a ter alguns problemas. Primeiramente, o medo de uma dessas pedaleiras sofisticadas quebrar no meio de um show. Eu não tinha uma reserva. Também só possuía uma única guitarra que era compatível com estes sistemas, a Brian Moore. Eram equipamentos caros, não parecia sensato um músico amador ter sobressalentes, fora o perigo de roubo.
Por conta disso, acabei voltando para os pedais. E nessa época, comecei a comprar os chamados pedais de "boutique", como os da Xotic, Catalinbread, etc. De fato, principalmente em se tratando de overdrive e distorção, estes pedais entregam um timbre superior.
Eu era então o típico músico amador que tinha uns 10 pedais caros na pedalboard, amplificadores valvulados cheios de detalhes e gastava uma grana pretíssima todo o mês comprando equipamentos e... tinha um timbre bem ruim !!!
Nessa época, algumas coisas me fizeram mudar. Primeiramente, fiquei amigo de alguns músicos profissionais, desses que tocam na noite, MPB, Jazz, etc, e vi que eles tinham uma visão completamente diferente sobre guitarras e equipamentos. Entendi que a obsessão com timbre e equipamentos é coisa de "guitarrista de apartamento", caras que estão trocando de equipamentos o tempo todo e por isso mesmo nunca conseguem acertar o seu som ! Vi que os profissionais ficam bastante tempo com um equipamento e conhecem muito bem aquilo que usam. Que o cara que sabe equalizar corretamente um amplificador consegue um timbre muito melhor do que outro que tem dezenas de pedais e processadores. Minha conclusão foi quanto mais botões existem, mais difícil é de se conseguir chegar em um bom resultado. Pelo menos para mim !!!
Decidi então simplificar minha cadeia de efeitos, passei a usar apenas um wha, um phaser, um delay e um overdrive e toquei muito tempo com essa configuração.
Porém, comecei a mudar também como guitarrista. Passei a tocar quase que exclusivamente Blues, Soul Music, MPB e um pouco de Jazz. Estilos muito chegados no som clean. Comecei também a me dedicar mais a guitarra ritmo e a harmonia. Isso me fez, aos poucos, migrar para os amplificadores transistorizados, já que mesmo a compressão leve do canal clean dos valvulados me incomodava um pouco. Entendi também que o som que eu quero pede uma Stratocaster com singles de baixíssima saída. A maneira como eu toco também foi mudando aos poucos, eu não brigo com o som da Stratocaster, tento "engordar" o som da guitarra tocando muitos intervalos, oitavas, acordes, raramente eu toco uma nota única, mesmo em um solo ! Fui então abandonando aos poucos os pedais até usar apenas o wah. Depois, nem mesmo ele !
Hoje, toco sem nenhum pedal, uso apenas uma Stratocaster, customizada e regulada por mim mesmo e um amplificador que tenha reverb de mola, sempre tocando clean, às vezes com um pouquinho de drive do próprio amp. Embora eu não seja um músico muito técnico, digo que tiro um som matador desse equipamento, tem gente que fica intrigada com isso !
Meu equipamento para um show: Uma Strat Fender e um pequeno Amp ! |
Muito bem, vimos então que aquele garoto que era fascinado com os pedais, que teve de tudo, hoje não usa nenhum ! Isso não quer dizer que o mesmo vai acontecer com você, cada um deve procurar o seu som, o seu caminho, seja ruim mas seja você mesmo !!!
No próximo post, os pedais analógicos, abraços a todos !
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